3.
SUPLERFLY SISTER
(Escrita
e composta por Michael Jackson. Composta por Michael Jackson e Bryan Loren.
Produzida por Michael Jackson. Arranjo dos vocais: Michael Jackson. Programação
de bateria: Bryan Loren. Gravada por Richard Cottrell e Dave Way. Mixagem por
Dave Way. Vocais
líder e background: Michael Jackson. Condução e ritmo de guitarra: Bryan Loren.
Teclado e sintetizador: Bryan Loren)
Depois do ataque industrial de “Morphine” vem o funk, que soa mais vintage anos oitenta de “Superfly Sister”, que tem sido comparada
aos clássicos grooves de Prince e
Rick James. “Quando nós começamos a trabalhar [juntos]”, recorda o
co-compositor da música, Bryan Loren, “era minha esperança retornar à forma de
sentimento que você tem em Off The Wall
ou mesmo Thriller LP, quando havia um
sentimento muito orgânico sobre o conteúdo”. Marcando seis minutos e meio,
“Superfly Sister”, amplamente, alcança esse objetivo, misturando um sólido groove com harmonias suaves e produção
luminosa, brincalhona. Sonoramente, fornece um forte contraste entre a
austeridade industrial da faixa anterior. Mas tão funky e dinâmica quanto essa música pode ser, a canção continua o
incisivo comentário social de Blood on
the Dance Floor.
Na verdade, em um
gênero e clima musical caracterizado por hipersexualidade, “Superfly Sister”,
impetuosamente, subverte tais expectativas, expondo os riscos e ilusões das
obsessões favoritas do mundo. “Amor não é o que costumava ser”, ele canta,
repetidamente, no refrão, “Isso é o que eles estão me dizendo/Empurre e
estique/ Não é sobre nada disso”. Não é nenhum típico refrão pop por, de jeito nenhum.
Mas a letra é tudo
menos puritanismo de uma Testemunha de Jeová. Na letra, às vezes, brincalhona,
às vezes, sarcástica e, frequentemente, contundente de Jackson, o alvo da
crítica dele não é sexo em si, mas imprudência e hipocrisia que cerca isso. É
sobre engano e infidelidade – comportamento que Jackson tem testemunhado toda a
vida dele. A contínua promiscuidade do pai dele, em particular, e a profunda
dor que isso causou a mãe dele o enfureceram. Ele viu o mesmo padrão destrutivo
nos relacionamentos dos irmãos. “Mãe está pregando Abraão”, Jackson canta,
“Irmãos, eles não dão a mínima”. A música também indica o controle e abuso que
as irmãs dele sofreram com maridos dominadores e exploradores. “Irmã se casou
vendada/ Dizendo que ela ficaria bem/ Santa Maria Misericórdia de mim/ Eu não
posso acreditar nas coisas que eu vi.” A música demonstra a crescente desilusão
de Jackson sobre casamento e amor.
É claro, além da
leitura biográfica, a música pode, também, ser interpretada mais amplamente
como se referindo a outras ramificações de sexo descuidado, incluindo AIDS, aborto e gravidez adolescente.
Certamente, não é uma coisa popular para proclamar em uma cultura que prospera
em uma glorificada (mercantilizada) sexualidade sem consequência. A moderna
lamentação de Jackson pela desilusão do verdadeiro amor e comprometimento é tão
corajosa quanto única.
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