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segunda-feira, 1 de abril de 2013

O Amor de Michael pelo Planeta Terra: Neverland e Emerson


Neverland e Emerson
 
Michael Jackson sempre falou da solidão dele – “Ninguém me entende”, ele canta em Childhood e, em outra declaração: “Eu sou a pessoa mais solitária que eu conheço”. Possivelmente, na solidão dele, ele se voltou ao mundo natural e encontrou o mais verdadeiro e próximo amor no Planeta, ele mesmo. Se assim, não admira que em 1988 ele tenha comprado um santuário de 2.700 acres nas montanhas da Califórnia – um remoto e tranquilo refúgio longe do barulho, poluição, e desolação dos centros urbanos.
Aqui, com os inúmeros animais dele, cercado por árvores, lagos, lagoas, jardins, e montanhas, ele pode se imergir na natureza. Ele pôde, em alguma extensão, experimentar o mundo como os nativos americanos o viram; ele pôde contatar a energia da natureza diretamente.
Possuir Neverland era como ter um parque nacional para si mesmo. No rancho dele, ele pôde sentir a rede da vida, a rede da natureza intimamente. Ele podia subir em uma particularmente amada árvore (ele a chamava “Árvore das Dádivas”), onde ele comporia a música dele. Ele podia dançar sob as estrelas e a luz da lua; ele podia caminhar de madrugada. Ele podia ir a cavalo até o topo de uma ampla montanha e ver o por do sol sobre a colina.
Joe Vogel nos disse que a natureza era para Jackson uma fonte de renovação e rejuvenescimento, e que ele foi fortemente influenciado e animado pelo poeta e ensaísta americano transcendentalista do século XIX, Ralph Waldo Emerson (26,82). Michael frequentava uma livraria onde ele indicou aso empregados que o autor favorito dele era Emerson, e a Obra Completa de Emerson foi encontrada na grande biblioteca de 20.000 volumes de Neverland, uma das maiores coleções privadas de livros em qualquer lugar. Não há dúvida de que Michael tinha lido o seminal ensaio de Emerson, Nature (1836).
Emerson via o mundo natural como um “encaixe” para os seres humanos – não apenas por nossas necessidades físicas, mas por nossas necessidades emocionais, intelectuais e espirituais. Responder à natureza nesses níveis, ele acreditava, criava contato direto com Deus.  Quando nós estamos abertos à natureza “as correntes do Ser Universal circulam através de mim; eu sou parte da partícula de Deus”. Michael Jackson descobriu a mesma união de coração, mente e alma com o coração, mente e alma do Planeta Terra, e vi natureza como um condutor ao Divino.
Em outro ensaio, Correspondence, Emerson afirmou que natureza não está fora de nós, mas dentro, e que nos emergimos da natureza tanto quanto folhas emergem dos ramos das árvores. Um amigo próximo de Emerson, Henry David Thoreau, ampliou essa filosofia da centralidade da natureza à vida humana, notavelmente em Walden, e ajudou no pioneiro movimento de conservação sobre a natureza que resultou em projetos de preservação e na criação de nossos magníficos parques nacionais. Como Thoreau famosamente escreveu em Walden, “Na natureza selvagem está a preservação do mundo”.