14.
DANGEROUS
(Escrita e composta por Michael
Jackson, Bill Bottrell e Teddy Riley. Produzida por Teddy Riley e Michael
Jackson. Gravada por Jean-Marie Harvat, Bruce Swedien, Teddy
Riley e Thom Russo. Mixada
por Bruce Swedien e Teddy Riley. Arranjo rítmico por Teddy Riley. Arranjo de
sintetizadores por Teddy Riley. Arranjo de vocais por Michael Jackson. Vocais
solo e background: Michael Jackson. Sintetizadores: Teddy Riley, Brad Buxer e
Rhett Lawrence)
O álbum fecha com o new jack funk industrial de “Dangerous”, uma das mais resistentes,
e mais impressionantemente, faixas dançantes produzidas de Jackson. Ela foi
também usada para uma das mais memoráveis performances ao vivo dele , em 1995,
no MTV Music Awards.
Da parte dele, Bottrell
concordou: “Eu nunca me senti em competição com Teddy e quando MJ sugeriu que Teddy
fizesse uma versão, eu não tive problema com isso. Hey, isso é sobre escrever.
A versão de Teddy agita e soa como os anos 90, enquanto a minha era locada nos
anos 80”.
Na verdade, em
retrospecto, ambas as versões da música são excelentes, mas a de Riley fez mais
sentido para o som do ábum. Riley deu a música um “tenso ritmo mecânico”, em
contraste com a produção mais espaçada e “taciturna” de Bottrell. O resultado é
uma música que soa como se tivesse sido criada nas profundezas de uma fornalha:
a abertura brilhantemente constrói tensão, quando a batida melancólica gradualmente
aumenta de intensidade até a batida golpear. Os sons de fábrica são a sonora
inspiração para o centro industrial da capa do álbum.
O tema da música é um
básico de Michael Jackson: desconfiança e intriga sobre uma mulher sedutora (“A
garota era persuasiva/ A garota eu não poderia confiar”). Em muitas das
melhores canções de Jackson, ele é posicionado nessa tensão. “Fundo na
escuridão de uma paixão insana”, ele canta, “eu me sentia tomado por um
estranho desejo inumano”. Ele está intrigado por muitas possibilidades
representadas na mulher; mas ele também teme a repercussão e tenta se conter (“Eu
tenho que orar a Deus/Porque eu sei como/Desejo pode segar”). Talvez isso seja
a força disciplinadora da educação religiosa. Mas Jackson está claramente
dividido, simultaneamente atacando e se entregando ao “perigo”.
Os versos são narrados
em um quase sussurro, como se um segredo estivesse sendo transmitido ao
ouvinte. Na progressão, Jackson confessa
a vulnerabilidade e a confusão dele, admitindo “Eu nunca soube, mas eu estava/ caminhando
na linha.” Ele percebe que ele está em uma situação precária: ele não pode se
esconder nem se isolar da vida ou aproveitar a chance e arriscar ser explorado
e magoado. A tensão dessa situação é construída até o refrão explodir uma palavra
definidora: perigosa.
É uma maneira legal,
circular, de terminar o álbum. Jackson poderia ter finalizado na nota alta,
transcendente, de “Will Be There” ou “Keep the Faith”, mas em vez disso,
escolhe retornar à sinistra incerteza e ambiguidade da primeira faixa, “Jam”. A
implicação é que vida, para Jackson, poderia conter vislumbres de alívio, até
mesmo êxtase; mas o mundo real de doenças e ansiedade nunca é removido por
muito tempo; o “perigo” está sempre invadindo, ameaçando a paz dele. A faixa
título representa esse perigo em forma de mulher, mas para Jackson isso parece
mais sobre negociar o destino dele em um mundo que ele teme.
0 comentários:
Postar um comentário