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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Man In The Music: Introdução I "Uma Grande Aventura"

INTRODUÇÃO
UMA GRANDE AVENTURA

Michael Jackson sempre explicou o processo criativo dele como um ato de recuperar algo que já existe. Ele é apenas um “canal” trazendo-o ao mundo, um meio pelo qual a música flui. Ele citava a filosofia de Michaelangelo de que dentro de cada pedaço de pedra ou mármore existe uma “forma adormecida”. “Ele apenas a liberta”, Jackson insistia. “Já estava lá. Já estava lá.”

Como um artista, o trabalho de Jackson era sobre libertação. Ele queria libertar o que estava limitado, transformar o que estava petrificado e despertar o que estava dormente. Ele queria ultrapassar qualquer obstáculo que embaraçava a imaginação, qualquer amarra – psicológica, social ou política – que aprisionava o corpo e a mente. Isso é o que arte representa para ele como pessoa e esse foi o intencional efeito dele sobre o público dele, também.

Para milhões de pessoas, em todo o mundo, é claro, isso é exatamente o que ele realizou. Para admiradores, ele sempre foi mais que um mero artista ou pop star. Ele era música encarnada. Escutar a música dele ou assistir à performance dele era um injeção de vida, uma torrente de poderosas emoções. Alguns escutavam a música dele com um ápice de êxtase espiritual. Outros a comparavam a um exorcismo. Fãs falam sobre se sentirem transportados, poderosos, conectados, inspirados. Depois de testemunhar o concerto da Bad World Tour, em 1988, o jornalista da Newsweek, Jim Miller, descreveu Michael como possuindo a “surpreendente febre do predecessor dele, James Brown, a sedução de Diana Ross, a emoção infalível de Charlie Chaplin, o júbilo extremo de um homem surpreendente. A multidão suspirava e gritava...”.
Jackson, às vezes, comparava a energia recíproca de uma performance a um Frisbee: “Você o pega, você toca e você o atira de volta.” As audiências, ele acreditava, era mais que espectadores passivos, elas eram uma vibrante comunidade, composta por pessoas de todas as idades, raças religiões e culturas, de pé, lado a lado, temporariamente ligadas à magia coletiva da música dele, imaginando um mundo novo. “Você pode levá-los a qualquer lugar”, ele falava efusivamente. Esse era o presente dele como um artista: a habilidade de dissolver em histórias, emoções, a magia da música, e levar multidões de todas as culturas com ele. Ele chamou esse laço criativo de muitas coisas durante os anos: escapismo, entretenimento, carisma, arte. Mas em última análise, para Jackson, isso era sobre compartilhar e receber amor.