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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Apresentando Michael Jackson: Dentro de “Hollywood” de Michael Jackson


Dentro de “Hollywood” de Michael Jackson


Escrita por Joe Vogel, publicado no dia 14 de março de 2011
Traduzida por Daniela Ferreira





Michael Jackson ficou tão impressionado com a dançarina Sofia Boutella –estrela do novo vídeo musical do falecido ícone  para "Hollywood Tonight" – ele estava pronto para oferecera ela  a oportunidade de uma vida: a chance de dançar ao lado dele na série de concertos dele, This Is It,  na Arena O2, em Londres. Infelizmente, ela ainda estava sob contrato para a Turnê de Madonna, Confessions, no momento, e não podia sair dela. Vendo como Boutella estava decepcionada, Jackson virou-se para alguns dos colaboradores dele e disse: "Eu costumava sair com Madonna. Eu deveria ligar para ela”.

Enquanto Boutella finalmente perdeu a This Is It, ela presta homenagem admirável ao Rei do Pop no mais recente vídeo póstumo dele, que retrata a história de uma jovem e ambiciosa menina, tentando fazer sucesso em Hollywood sem ser engolida pelas armadilhas e ilusões dela. É um conto batido, mas é realizado com muito bom gosto pelo diretor, Wayne Isham, e provocou pela energia contagiante e talento de Boutella.

O vídeo também lembra – juntamente com homenagens recentes a MJ no American Idol e Glee – o quão profundamente influente Jackson continua a ser em novas gerações, ( muitos dos quais apenas o “descobriu” após a trágica morte dele em 2009).
 “Hollywood Tonight” é o segundo single a ser lançado do álbum póstumo de Michael Jackson, Michael (“Behind the Mask” é o single alternativo para vários países, incluindo Estados Unidos).

A canção tem uma história longa e sinuosa. Jackson primeiro fez um esboço das letras em 1999, enquanto estava no Hotel Beverly Hills. Logo depois, ele começou a trabalhar a música com o antigo amigo e colaborador, Brad Buxer (que co-escreveu a canção). A música viajou com eles de Los Angeles para Nova York, de Miami para Neverland, durante as primeiras sessões de Invincible.

Jackson e Buxer estavam criando um material excelente em torno deste tempo, incluindo canções como “Beautiful Girl”, “The Way You Love Me”, “Speechless”, “The Lost Children”, “Shut Up and Dance” (a grande faixa de dança na qual Jackson e Buxer trabalharam com Michael Prince e Eric Kirkland com ecos de Stevie Wonder e MJ durante Bad, que, infelizmente, não tem vocais completos) e "I Was a Loser" (uma agradável canção meio-tempo sobre o amor perdido que está concluída  na maior parte), entre outras. Um par de anos antes, Jackson e Buxer também haviam trabalhado em destaques artísticos como “Morphine” e “In the Back”.

Jackson amou partes de “Hollywood”, a abertura do canto gregoriano (a ideia), os “galgos do oeste”, harmonias, a assobio na finalização – mas parou de trabalhar nela uma vez que o produtor Rodney Jerkins vieio a bordo de Invincible.

Ao longo dos próximos dez anos, no entanto, voltou a faixa numerosas vezes. Para a linha de baixo, ele estava procurando por algo semelhante a “Billie Jean”, mas distinta. “Fazer um suave e silenciado baixo em ‘Hollywood’”, indicou em uma nota. As primeiras demos dele possuem duas linhas de baixo em camadas (Michael Prince acrescentou a energia estilo “Billie Jean” e entrelaçou na última mixagem que MJ solicitou). Jackson e Brad Buxer continuaram a mexer com ela em Las Vegas em 2007. Por um tempo, ele gostou da ideia de acabar com o som de um ônibus saindo ou chegando. No entanto, ele finalmente decidiu terminar com o assobio, uma vez que a justaposição era um pouco estranha.

Em outubro de 2008, Jackson, que agora vivia em Los Angeles, pediu ao engenheiro de gravação Michael Prince para colocar a mais recente mixagem de “Hollywood” em CD para que ele pudesse ouvi-la e ver o que poderia ser melhorado. Infelizmente, ele nunca chegou a trabalhar com ela novamente.

O novo single de “Hollywood” é mais verdadeiro para esta última versão que a versão do álbum. Claro, Jackson tinha a intenção de continuar a trabalhar nela, é por isso que a propriedade dele e Sony originalmente trouxeram dois dos colaboradores mais próximos de Jackson, Theron Feemster (aka Neff-U) e Teddy Riley, para tentar terminá-la. Feemster teve a primeira ideia e veio com algumas misturas sólidas; mas Sony não sentiu que estava certa e, posteriormente, deu um palpite a Teddy Riley. A produção de Riley, que mantém muito da demo de Michael e Brad (incluindo a introdução e a finalização), os elementos da mixagem de Feemster (incluindo o riff de guitarra e trompetes fantasticamente divertidos), e acrescentou um pouco mais  de ímpeto, tornou-se a versão do álbum.

Depois que ele foi lançado, no entanto, muitos fãs manifestaram a preocupação deles sobre: ​​a) os vocais super processados, e b) a longa ponte falada. Jackson havia, de fato, escrito letras para a própria ponte dele, que era muito mais sombria que a de Riley. A ponte Jackson diz o seguinte:

She doesn’t even have a ticket
She doesn’t even have a way back home
She’s lost and she’s alone
There’s no place for her to go
She is young and she is cold
Just like her father told her so

Ela nem mesmo tem um bilhete


Ela nem mesmo tem um caminho de volta para casa


Ela está perdida e está sozinha


Não há lugar para ela ir


Ela é jovem e ela está fria


Exatamente como o pai lhe disse que seria


Enquanto a versão de Jackson destaca a tragédia e a incerteza de um sonho adiado, a ponte Teddy Riley optou por uma resolução mais positiva e caprichosa. “Com a ponte nós meio que a fizemos ter sucesso”, Riley explicou. “[Ela] completou a missão dela.”

Riley teria, sem dúvida, usado a versão de Jackson se tivessem vocais para ela. Infelizmente, eles nunca foram gravados. Com o novo single, no entanto, a Sony decidiu cortar a parte falada completamente e mostrar, em vez disso, um pouco do drama intensificado e a tensão que Jackson destinou para esta seção. Eles usaram o beatboxing dele, a ideia dele de trompetes amplos e cordas, e o vocal operístico dele (tirado de uma fita que foi gravada durante uma sessão de gravação em um quarto de hotel). Além da ponte, os vocais no novo single são deixados não-processados ​​e a produção é retroagida. O resultado é um single que tem uma versão mais crua, funkier, mas que parece menos acabada do que a versão do álbum.

 “Hollywood Tonight”, então, passou por várias encarnações: as diversas demos que Jackson gravou com Brad Buxer e Michael Prince, de 1999 a 2008; as duas versões na quais Theron Feemster trabalhou após a morte de Jackson (uma das quais é declaradamente bastante impressionante); a versão polida do álbum completada por Teddy Riley, e, é claro, o novo single. Todas são necessariamente aproximações do que Jackson teria finalmente teria feito com a forma finalizada. Essa é a natureza dos lançamentos póstumos. Eles sempre serão imperfeitos e eles sempre gerarão debate feroz.
 
Mas para a maioria dos amantes de música, vamos pegar qualquer novidade de Michael Jackson que pudermos; seja demos, novas mixagens ou remixes. “Hoje Hollywood” poderia estar acumulando poeira em um cofre, em vez disso, está fazendo as pessoas dançarem nas ruas.