Dentro de “Hollywood” de Michael Jackson
Escrita por Joe Vogel,
publicado no dia 14 de março de 2011
Traduzida por Daniela
Ferreira
Michael Jackson ficou tão impressionado com a dançarina Sofia Boutella –estrela
do novo vídeo musical do falecido ícone
para "Hollywood Tonight" – ele estava pronto para oferecera
ela a oportunidade de uma vida: a chance
de dançar ao lado dele na série de concertos dele, This Is It, na Arena O2, em Londres. Infelizmente, ela ainda
estava sob contrato para a Turnê de Madonna, Confessions, no momento, e não podia sair dela. Vendo como Boutella
estava decepcionada, Jackson virou-se para alguns dos colaboradores dele e
disse: "Eu costumava sair com Madonna. Eu deveria ligar para ela”.
Enquanto Boutella
finalmente perdeu a This Is It, ela presta homenagem admirável ao Rei do Pop no
mais recente vídeo póstumo dele, que retrata a história de uma jovem e
ambiciosa menina, tentando fazer sucesso em Hollywood
sem ser engolida pelas armadilhas e ilusões dela. É um conto batido, mas é
realizado com muito bom gosto pelo diretor, Wayne Isham, e provocou pela
energia contagiante e talento de Boutella.
O vídeo também lembra – juntamente
com homenagens recentes a MJ no American Idol e Glee – o quão profundamente
influente Jackson continua a ser em novas gerações, ( muitos dos quais apenas o
“descobriu” após a trágica morte dele em 2009).
“Hollywood Tonight” é o segundo single a ser lançado do álbum póstumo de
Michael Jackson, Michael (“Behind the Mask” é o single alternativo para vários países, incluindo Estados Unidos).
A canção tem uma história longa e sinuosa. Jackson primeiro fez um esboço das
letras em 1999, enquanto estava no Hotel Beverly
Hills. Logo depois, ele começou a trabalhar a música com o antigo amigo e
colaborador, Brad Buxer (que co-escreveu a canção). A música viajou com eles de
Los Angeles para Nova York, de Miami para Neverland,
durante as primeiras sessões de Invincible.
Jackson e Buxer estavam criando um material
excelente em torno deste tempo, incluindo canções como “Beautiful Girl”, “The
Way You Love Me”, “Speechless”, “The Lost Children”, “Shut Up and Dance” (a
grande faixa de dança na qual Jackson e Buxer trabalharam com Michael Prince e
Eric Kirkland com ecos de Stevie Wonder e MJ durante Bad, que, infelizmente, não tem vocais completos) e "I Was a Loser" (uma agradável canção meio-tempo sobre o amor perdido que está
concluída na maior parte), entre outras.
Um par de anos antes, Jackson e Buxer também haviam trabalhado em destaques
artísticos como “Morphine” e “In the Back”.
Jackson amou
partes de “Hollywood”, a abertura do canto gregoriano (a ideia), os “galgos do
oeste”, harmonias, a assobio na finalização – mas parou de trabalhar nela uma
vez que o produtor Rodney Jerkins vieio a bordo de Invincible.
Ao longo dos próximos dez anos, no entanto, voltou a faixa numerosas vezes.
Para a linha de baixo, ele estava procurando por algo semelhante a “Billie Jean”,
mas distinta. “Fazer um suave e silenciado baixo em ‘Hollywood’”, indicou em uma
nota. As primeiras demos dele possuem duas linhas de baixo em camadas (Michael
Prince acrescentou a energia estilo “Billie Jean” e entrelaçou na última
mixagem que MJ solicitou). Jackson e Brad Buxer continuaram a mexer com ela em Las
Vegas em 2007. Por um tempo, ele gostou da ideia de acabar com o som de um ônibus
saindo ou chegando. No entanto, ele finalmente decidiu terminar com o assobio,
uma vez que a justaposição era um pouco estranha.
Em outubro de 2008,
Jackson, que agora vivia em Los Angeles, pediu ao engenheiro de gravação Michael
Prince para colocar a mais recente mixagem de “Hollywood” em CD para que ele
pudesse ouvi-la e ver o que poderia ser melhorado. Infelizmente, ele nunca chegou
a trabalhar com ela novamente.
O novo single de “Hollywood” é mais verdadeiro para esta última versão que
a versão do álbum. Claro, Jackson tinha a intenção de continuar a trabalhar nela,
é por isso que a propriedade dele e Sony originalmente trouxeram dois dos colaboradores
mais próximos de Jackson, Theron Feemster (aka Neff-U) e Teddy Riley, para tentar
terminá-la. Feemster teve a primeira ideia e veio com algumas misturas sólidas;
mas Sony não sentiu que estava certa e, posteriormente, deu um palpite a Teddy Riley.
A produção de Riley, que mantém muito da demo de Michael e Brad (incluindo a
introdução e a finalização), os elementos da mixagem de Feemster (incluindo o riff de guitarra e trompetes fantasticamente
divertidos), e acrescentou um pouco mais de ímpeto, tornou-se a versão do álbum.
Depois que ele foi
lançado, no entanto, muitos fãs manifestaram a preocupação deles sobre: a) os
vocais super processados, e b) a longa ponte falada. Jackson havia, de fato,
escrito letras para a própria ponte dele, que era muito mais sombria que a de
Riley. A ponte Jackson diz o seguinte:
She doesn’t even have a ticket
She doesn’t even have a way back home
She’s lost and she’s alone
There’s no place for her to go
She is young and she is cold
Just like her father told her so
She doesn’t even have a way back home
She’s lost and she’s alone
There’s no place for her to go
She is young and she is cold
Just like her father told her so
Ela nem mesmo tem um bilhete
Ela nem mesmo tem um caminho de volta para casa
Ela está perdida e está sozinha
Não há lugar para ela ir
Ela é jovem e ela está fria
Exatamente como o pai lhe disse que seria
Enquanto a versão
de Jackson destaca a tragédia e a incerteza de um sonho adiado, a ponte Teddy
Riley optou por uma resolução mais positiva e caprichosa. “Com a ponte nós meio
que a fizemos ter sucesso”, Riley explicou. “[Ela] completou a missão dela.”
Riley teria, sem
dúvida, usado a versão de Jackson se tivessem vocais para ela. Infelizmente,
eles nunca foram gravados. Com o novo single,
no entanto, a Sony decidiu cortar a parte falada completamente e mostrar, em
vez disso, um pouco do drama intensificado e a tensão que Jackson destinou para
esta seção. Eles usaram o beatboxing
dele, a ideia dele de trompetes amplos e cordas, e o vocal operístico dele
(tirado de uma fita que foi gravada durante uma sessão de gravação em um quarto
de hotel). Além da ponte, os vocais no novo single
são deixados não-processados e a produção é retroagida. O resultado é um
single que tem uma versão mais crua, funkier,
mas que parece menos acabada do que a versão do álbum.
“Hollywood Tonight”, então, passou por várias
encarnações: as diversas demos que Jackson gravou com Brad Buxer e Michael
Prince, de 1999 a 2008; as duas versões na quais Theron Feemster trabalhou após
a morte de Jackson (uma das quais é declaradamente bastante impressionante); a
versão polida do álbum completada por Teddy Riley, e, é claro, o novo single. Todas são necessariamente aproximações
do que Jackson teria finalmente teria feito com a forma finalizada. Essa é a
natureza dos lançamentos póstumos. Eles sempre serão imperfeitos e eles sempre
gerarão debate feroz.
Mas para a maioria
dos amantes de música, vamos pegar qualquer novidade de Michael Jackson que pudermos;
seja demos, novas mixagens ou remixes. “Hoje Hollywood” poderia estar
acumulando poeira em um cofre, em vez disso, está fazendo as pessoas dançarem
nas ruas.