13.
HISTORY
(Escrita
e composta por Michael Jackson, Jimmy Jam e Terry Lewis. Produzido por Michael
Jackson. Vocais: Michael Jackson. Vocais backgrounds: Boyz II Men, Andraé e
Sandra Crouch e Andraé Crouch Singers Choir. Orquestração por Pictures at an Exhibition,
composta por Modeste Mussorgsky e arranjada por Maurice Ravel. Performada pela
Orquestra da Philadelphia conduzida por Eugene Ormandy. Solo infantil: Leah
Frazier)
Seguindo “2 Bad”, o ouvinte é, imediatamente, atingido
pela triunfante e grandiosa sequencia do épico “Great Gate of Kiev” de
Mussorgsky, de Picture at an Exhibition.
De uma opinião biográfica, ela parece simbolizar a vitória de Jackson sobre as
provações e os adversários dele. Ela é a apropriada companhia musical para a
capa do álbum, na qual Jackson é exibido desafiador e imortalizado na forma de
uma estátua (“Ele ousa ser reconhecido/ O fogo está profundo nos olhos dele”).
Os obstáculos que ele enfrentou, ele parece estar dizendo, apenas o tornaram
mais forte e mais poderoso. A resposta dele, contudo, não é para recriminação,
ódio ou violência, mas “harmonia em todo o mundo”. É uma clássica utopia de
Michael Jackson, na qual todas as injustiças e tragédias da vida são redimidas
e curadas pelo poder da música.
“HIStory” é, porém, talvez,
o hino mais incomum de Jackson. Enquanto hinos anteriores, como “Heal the
World”, foram completamente guiados pela melodia, “HIStory” é mais
experimental, justaposições breves, rimando versos chamada-e-resposta (o que
lembra o tempo rítmico das obras musicais dos afro-americanos) com um refrão
melodicamente mais tradicional. “Não deixe ninguém colocá-lo para baixo/
Continue caminhando no andar superior”, Jackson iria implorar. “Nenhuma força
na natureza pode destruir/ Sua vontade de automotivação.” Essas são as palavras
de um líder tentando oferecer esperança e força em face das adversidades. Há um
ruído subindo morro acima nos versos; quando o refrão chega, parece estar no topo de uma montanha. A suave melodia,
com vocais de fundo por Boyz II Men,
ressoa com revigorante força.
Apesar da estrutura
impressiva dela, porém, a letra pode, às vezes, parecer mais que simplista
(“Todo soldado morre em sua glória”, “Todo herói sonha ser cavaleiro”, etc.).
Tais linhas são sinceras, ingênuas, irônicas? Ficando ao lado de letras que
desacredita “vítimas... abatidas em vão por toda terra” e uma mãe pranteiam o
filho morto, alguém teria que assumir que Jackson está, intencionalmente,
complicando tais clichês à la “Dulce et Decorum est”, de Wilfred Owen. Onde hinos
tradicionais celebram “conquista” e inerente superioridade, Jackson oferece uma
alternativa visão de realização criativa e em fronteiras “harmônicas”. A
faculdade auditiva intercalada por toda a faixa inclui tudo, desde um discurso
de Martin Luther King Jr. à abertura da Disneyland
(para dar alguma ideia da ambição da música, ela tomou mais 192 faixas
esparramadas sobre 4 faixas de gravações digitais 3348 48 da Sony para conter todos os diferentes
elementos da música.)
No clímax, Jackson ad-libs passionalmente durante o refrão
bombástico e um exuberante exercício de piano, estilo Fast
Waller. Ela é uma música incrivelmente ambiciosa – essencialmente transacionando
a divisão entre as raízes musicas africanas e ocidentais – que não completamente
atinge a marca, mas opera algo significativo ao tentar. Em essência, ela é
sobre sofrimento, perseverança, e triunfo. Ela é um discurso sobre direitos
civis configurados para música.
“HIStory” é, também, notável
por ser a música que Jackson escolheu para tocar no website dele, imediatamente depois da absolvição e justificação
dele em 2005.
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