10. SMOOTH CRIMINAL
(Escrita e composta por Michael
Jackson; produzida por Quincy Jones. Arranjos rítmicos por Michael Jackson e
John Barnes. Arranjos de instrumentos de sopro por Jerry Hey. Arranjos
vocálicos por Michael Jackson. Vocais solo, background e palmas: Michael
Jackson. Bateria: Bill Bottrell, John Robinson e Bruce Swedien.
Guitarra: David Williams. Saxofones: Kim Hutchcroft e Larry Hey. Steinway
Silenciado: Kevin Maloney. Synclavier:
Christopher Currel. Certos efeitos de Synclavier por Denny Jaeger e Michael
Rubini. Sintetizadores: John Barnes e Michael Boddicker. Comando do Chefe de
Polícia por Bruce Swedien. Gravação das batidas do coração de Michael Jackson,
digitalmente processado no Synclavier, por Dr. Eric Chevlan
A final cápsula de
sonho do álbum é a sombria epopeia film-noir,
“Smooth Criminal”, uma música mais ligada ao vídeo dela que, talvez, quaisquer
outras faixas de Jackson, ao lado de “Thriller”. Ela é outro testemunho da
singular e vívida imaginação de Jackson, que em um tempo quando a maioria dos
vídeos musicais continuava a oferecer previsíveis representações em lugares
prosaicos, Jackson nos deu ainda outra estranha e memorável história,
colocando-nos profundamente dentro do alternativo mundo do submundo da Chicago
dos anos trinta. Aqui, em um tenso clube noturno, com o estalido de uma moeda
dentro de uma jukebox, a cena vem à
vida com música e dança, quando Jackson revela um dos movimentos dele que mais
fazem os queixos caírem, desde “Billie Jean”.
Originalmente
concebida como uma Western, o curta
de dez minutos para “Smooth Criminal”, dirigido por Colin Chilvers, e
coreografado por Vincent Peterson, tornou-se a peça central do filme de Jackson,
em 1989, Moonwalker (o que,
eventualmente, superou The Making of Thriller como o home video mais vendido de todos os tempos). O conceito foi
inspirado pelo número musical “The Girl Hunt Ballet”, do clássico filme MGM, de
1952, The Band Wagon (apresentando
Fred Astaire). Vestido no característico terno branco listrado dele,
suspensórios e chapéu, Jackson se move pelo clube com a graça e fluidez de
Astaire, mas num estilo unicamente dele mesmo. “O que realmente faz ‘Smooth
Criminal’, destacar-se”, escreveu o crítico Christopher Sunami, “é a
coreografia como um todo. O avanço em relação à similarmente temática ‘Beat It’
é claro. Em ‘Beat It’ a indelével imagem de membros de gangue gradualmente
unindo-se a Jackson, enquanto o caos individual deles é transformado em um
massivo número de produção. Mas em ‘Smooth Criminal’ toda a clandestinidade
está viva, do começo ao fim, com movimentos, coreografia, abrangendo tudo,
desde a pista de dança, estilo tango, aos apostadores jogando jogos de dados. Por
todo o plano, Michael, às vezes movendo-se em harmonia, às vezes, em
contraponto e, às vezes, em um complexo relacionamento com os outros
dançarinos, não facilmente resume-se (mas faz lembrar a coreografia de
dançarinos de arte elevada como Alvin Aley)”.
“Nenhum
desses movimentos característicos que aprecem no vídeo” continua Sunami, “– o moonwalk, o lean, a rotação circular – são sustentados por pouco mais que
alguns segundos. Em vez disso, a performance de Jackson é mercurial, mudando de
instante em instante, através dos vocabulários movimentos que outros
performances poderiam gastar anos para desenvolver e aperfeiçoar. Isso dá uma
qualidade única para o movimento dele. Ele não esta dançando muito ao som da
música como uma pessoa comum faria. Antes, a dança dele flutua sobre o topo da
música, uma vertiginosa progressão de virtuosidade tecnológica.”
Considerada,
por muitos, como sendo o melhor vídeo musical de Jackson, Smooth Criminal é uma obra-prima multissensorial. Owen Gleiberman
descreveu-a como “brilhante”, contendo, “uma das coreografias mais
formidavelmente visionárias de Jackson”.
A
música se tornou uma das mais memoráveis faixas rítmicas de Jackson, usadas
para infinitas apresentações de dança e regravadas por vários artistas (a mais
notável, pela a banda de rock
americana, Alient Ant Farm, que catapultou a música ao #1 nos charts em 2001). Escrita e arranjada por Jackson, “Smooth
Criminal” combina elementos de film noir,
horror e mistério. A faixa começa com a respiração assustada e o som de
batimentos cardíacos (verdadeiramente as batidas do coração de Jackson,
gravadas pelo Dr. Eric Chevlan e digitalmente processada no Synclavier). O suspense é gradualmente construído até a música
explodir até a característica linha de baixo da abertura. Como em “Speed Demon”,
os vocais de Jackson são mais guturais e roucos, enquanto ele descreve o
perturbador homicídio (e possível estupro) de uma ficcional garota chamada
Annie.
“Quando
ele vem até à janela”, Jackson reconta como testemunha, “Isso é o som de uma
crescendo/Ele entrou no apartamento dela/ Ele deixou duas manchas de sangue no carpete.”
Ou ouvintes da música, muitas vezes, ignoram o tema sombrio da canção. Mais uma
vez, Jackson prova que uma música pop
pode explorar inesperado (até mesmo desconfortável) território. No refrão final,
ele apresenta um profundo senso de desespero e tristeza sobre o imóvel corpo da
vítima. Enquanto ele responde à recorrente pergunta da faixa, “Eu não sei!/ Eu
não sei!” acima de múltiplas camadas de vocais rítmicos.
O
crítico musical Owen Gleiberman descreve a música como “maravilhosamente,
ameaçadoramente intoxicante” e a sequência para “Billie Jean”. “É uma música
que continua a ser, depois de mais de vinte anos, entre os singles de Michael, a mais celebrada obra prima... Uma ouvida dos batimentos
cardíacos em umas etapas, da percolante linha de baixo incorporada, e você pode
escutar que é ‘Billie Jean’ que permeia através, com mais ansiedade... ‘Smooth
Criminal’ lamenta a morte de Annie, mas ao mesmo tempo, a música é uma violenta
fantasia rock-and-roll na qual a
inocente Annie deve morrer para expirar o pecado de Billie Jean. É uma música
que reluz como um punhal dentro da noite, porque ela reflete a estática ira na
alma de Michael Jackson.”
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Nota
da tradutora:
Film-noir
é um gênero de filme que ficou popular no fim dó século vinte. Nesse tipo de
filme de policial há um herói nada convencional que vive em um mundo cínico
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