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domingo, 28 de outubro de 2012

Capítulo 3 - Bad "Smooth Criminal"

 

10.          SMOOTH CRIMINAL

(Escrita e composta por Michael Jackson; produzida por Quincy Jones. Arranjos rítmicos por Michael Jackson e John Barnes. Arranjos de instrumentos de sopro por Jerry Hey. Arranjos vocálicos por Michael Jackson. Vocais solo, background e palmas: Michael Jackson. Bateria: Bill Bottrell, John Robinson e Bruce Swedien. Guitarra: David Williams. Saxofones: Kim Hutchcroft e Larry Hey. Steinway Silenciado: Kevin Maloney. Synclavier: Christopher Currel. Certos efeitos de Synclavier por Denny Jaeger e Michael Rubini. Sintetizadores: John Barnes e Michael Boddicker. Comando do Chefe de Polícia por Bruce Swedien. Gravação das batidas do coração de Michael Jackson, digitalmente processado no Synclavier, por Dr. Eric Chevlan


A final cápsula de sonho do álbum é a sombria epopeia film-noir, “Smooth Criminal”, uma música mais ligada ao vídeo dela que, talvez, quaisquer outras faixas de Jackson, ao lado de “Thriller”. Ela é outro testemunho da singular e vívida imaginação de Jackson, que em um tempo quando a maioria dos vídeos musicais continuava a oferecer previsíveis representações em lugares prosaicos, Jackson nos deu ainda outra estranha e memorável história, colocando-nos profundamente dentro do alternativo mundo do submundo da Chicago dos anos trinta. Aqui, em um tenso clube noturno, com o estalido de uma moeda dentro de uma jukebox, a cena vem à vida com música e dança, quando Jackson revela um dos movimentos dele que mais fazem os queixos caírem, desde “Billie Jean”.
Originalmente concebida como uma Western, o curta de dez minutos para “Smooth Criminal”, dirigido por Colin Chilvers, e coreografado por Vincent Peterson, tornou-se a peça central do filme de Jackson, em 1989, Moonwalker (o que, eventualmente, superou The Making of Thriller como o home video mais vendido de todos os tempos). O conceito foi inspirado pelo número musical “The Girl Hunt Ballet”, do clássico filme MGM, de 1952, The Band Wagon (apresentando Fred Astaire). Vestido no característico terno branco listrado dele, suspensórios e chapéu, Jackson se move pelo clube com a graça e fluidez de Astaire, mas num estilo unicamente dele mesmo. “O que realmente faz ‘Smooth Criminal’, destacar-se”, escreveu o crítico Christopher Sunami, “é a coreografia como um todo. O avanço em relação à similarmente temática ‘Beat It’ é claro. Em ‘Beat It’ a indelével imagem de membros de gangue gradualmente unindo-se a Jackson, enquanto o caos individual deles é transformado em um massivo número de produção. Mas em ‘Smooth Criminal’ toda a clandestinidade está viva, do começo ao fim, com movimentos, coreografia, abrangendo tudo, desde a pista de dança, estilo tango, aos apostadores jogando jogos de dados. Por todo o plano, Michael, às vezes movendo-se em harmonia, às vezes, em contraponto e, às vezes, em um complexo relacionamento com os outros dançarinos, não facilmente resume-se (mas faz lembrar a coreografia de dançarinos de arte elevada como Alvin Aley)”.
“Nenhum desses movimentos característicos que aprecem no vídeo” continua Sunami, “– o moonwalk, o lean, a rotação circular – são sustentados por pouco mais que alguns segundos. Em vez disso, a performance de Jackson é mercurial, mudando de instante em instante, através dos vocabulários movimentos que outros performances poderiam gastar anos para desenvolver e aperfeiçoar. Isso dá uma qualidade única para o movimento dele. Ele não esta dançando muito ao som da música como uma pessoa comum faria. Antes, a dança dele flutua sobre o topo da música, uma vertiginosa progressão de virtuosidade tecnológica.”
Considerada, por muitos, como sendo o melhor vídeo musical de Jackson, Smooth Criminal é uma obra-prima multissensorial. Owen Gleiberman descreveu-a como “brilhante”, contendo, “uma das coreografias mais formidavelmente visionárias de Jackson”.
A música se tornou uma das mais memoráveis faixas rítmicas de Jackson, usadas para infinitas apresentações de dança e regravadas por vários artistas (a mais notável, pela a banda de rock americana, Alient Ant Farm, que catapultou a música ao #1 nos charts em 2001). Escrita e arranjada por Jackson, “Smooth Criminal” combina elementos de film noir, horror e mistério. A faixa começa com a respiração assustada e o som de batimentos cardíacos (verdadeiramente as batidas do coração de Jackson, gravadas pelo Dr. Eric Chevlan e digitalmente processada no Synclavier). O suspense é gradualmente construído até a música explodir até a característica linha de baixo da abertura. Como em “Speed Demon”, os vocais de Jackson são mais guturais e roucos, enquanto ele descreve o perturbador homicídio (e possível estupro) de uma ficcional garota chamada Annie.
“Quando ele vem até à janela”, Jackson reconta como testemunha, “Isso é o som de uma crescendo/Ele entrou no apartamento dela/ Ele deixou duas manchas de sangue no carpete.” Ou ouvintes da música, muitas vezes, ignoram o tema sombrio da canção. Mais uma vez, Jackson prova que uma música pop pode explorar inesperado (até mesmo desconfortável) território. No refrão final, ele apresenta um profundo senso de desespero e tristeza sobre o imóvel corpo da vítima. Enquanto ele responde à recorrente pergunta da faixa, “Eu não sei!/ Eu não sei!” acima de múltiplas camadas de vocais rítmicos.
O crítico musical Owen Gleiberman descreve a música como “maravilhosamente, ameaçadoramente intoxicante” e a sequência para “Billie Jean”. “É uma música que continua a ser, depois de mais de vinte anos, entre os singles de Michael, a mais celebrada obra prima... Uma ouvida dos batimentos cardíacos em umas etapas, da percolante linha de baixo incorporada, e você pode escutar que é ‘Billie Jean’ que permeia através, com mais ansiedade... ‘Smooth Criminal’ lamenta a morte de Annie, mas ao mesmo tempo, a música é uma violenta fantasia rock-and-roll na qual a inocente Annie deve morrer para expirar o pecado de Billie Jean. É uma música que reluz como um punhal dentro da noite, porque ela reflete a estática ira na alma de Michael Jackson.”

 

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Nota da tradutora:

Film-noir é um gênero de filme que ficou popular no fim dó século vinte. Nesse tipo de filme de policial há um herói nada convencional que vive em um mundo cínico




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