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terça-feira, 9 de abril de 2013

O Amor de Michael Jackson Pelo Planeta Terra: Justaposições


Justaposições

 

O Poema de Jackson justapõe esse estado de unidade com um oposto estado de separação. Ele aborda esta alienação do Planeta Terra nas estrofes de abertura:

 

“Planeta Terra, você está apenas

Flutuando, uma nuvem de poeira

Um globo menor prestes a explodir

Uma peça de metal fada a enferrujar

Um grão de matéria em um vazio sem sentido

Uma solitária espaçonave, um grande asteroide

Frio como rocha sem cor

Unidas com um pouco de cola.”

 

O planeta é, portanto, “apenas” uma coisa flutuando em um vazio sem sentido”? Talvez um objeto manufaturado ou algo insignificante como um “grão de matéria”? O narrador duvida dessa visão – “Alguma coisa me diz que isso não é verdade” – e, assim, sutilmente refuta isso em termos surpreendentes de calor e emoção:

 

“Você é minha amada, suave e azul.”

 

Poderia ser maior contraste, mais poderosa reviravolta da ideia de que o mundo é um objeto inanimado, “frio como uma rocha sem cor”, que chamá-lo de “minha amada”. É notável, também, que Michael reclame o planeta como sendo dele – minha amada. Esse senso de posse vem do afeto dele pelo planeta e o desejo de protege-lo e defende-lo, como nós vemos no extraordinário hino Earth Song.

Esse uso de “minha” está em forte contraste como senso de posse do planeta como um objeto para usar explorar como desejamos. Na verdade, o “minha amada” de Jackson retrata um relacionamento amoroso, baseado em “maravilha e respeito” (Vogel, 25).

Como um humano amado, o planeta é um semelhante a ser valorizado, não uma coisa para ser dominado.

A descrição de abertura do planeta estabelece um tom protetivo, da mesma forma.

 

“Planeta Terra, minha casa, meu lugar,

Uma caprichosa anomalia no mar do espaço”.

 

A descrição “caprichosa anomalia no mar do espaço” destaca a singularidade do planeta, a fragilidade, a solidão dele, a necessidade dele de um amor, como Jackson ou nós. Também implica nossa necessidade pelo Planeta Terra, pois nós humanos somos outra “caprichosa anomalia”.

Nós precisamos deste lar para nos sentir conectados; nós precisamos sentir esse amor para nos tornarmos completos e prósperos. Se o planeta é apenas uma insignificante “nuvem de poeira”, o que nós somos?

Chamar o planeta de “meu lar, meu lugar” o torna familiar, como um vizinho da porta ao lado. Jackson joga com tais contrastes, indo e voltando do familiar “meu lar” ao não familiar, “um mar do espaço”; de “uma solitária espaçonave” ou um “grande asteroide” a “minha amada”; de um não importante “grão de matéria” a um amado que desperta “as mais profundas emoções do meu coração”.

Na conclusão, o poema resolve esta tensa mudança com uma apaixonada e sueva declaração de amor. Dessa forma, Michael nos convida a nos ligar ao planeta, a nos unir a ele no amor dele pelo planeta, a vê-lo com um seguro, sem ameaças, familiar, e belo, no chamando para voltar para nossa “casa”.