IM:
Quando você percebeu que a relação de trabalho de você se tornou uma amizade?
DN:
Eu acho que foi quase imediatamente! Às vezes, você conhece alguém que você se
entende na hora e, ás vezes, você conhece alguém é meio que desastroso! Nós
ficamos confortáveis um com o outro e compartilhamos um passado semelhante. Na verdade,
quando eu o conheci in Denver, ele tinha acabado de comprar o rancho. O rancho
precisava de muito trabalho árduo; o zoo, a casa principal, o celeiro do outro
lado, ele construiu o teatro e os brinquedos e tinha 40 acres de flores...
Michael desenhou todas essas coisas! Ele queria criar um lugar mágico para
crianças, que fosse real! Quando eu fui para os bastidores no concerto em
Denver, havia uma fila de crianças em cadeiras de rodas, ele foi direito para o
palco. Naquela primeira noite, um garotinho morreu. Depois do concerto, eu perguntei
a Michael: “Como você pode fazer isso? Como você pode estar com estas crianças moribundas
e, depois, ir para o palco?”, ele disse: “Como eu não poderia? Quando eu posso
ajudar uma criança a viver uma hora a mais, um dia a mais, ou um mês a mais!” Michael
sempre foi assim. Se alguém o ligasse com alguma criança doente em algum lugar,
Michael voaria para lá na hora! Michael sempre deixaria algo com as crianças: “Eu
estarei de voltas em duas semanas, eu quero vê-lo!” Essas crianças, na verdade,
estavam vivendo mais porque elas queriam ver Michael de novo.
IM:
É uma história maravilhosa! Realmente surpreende!
DN: É fácil quando você
enriquece se esconder do lado feio da vida e não se importar com pessoas que
estão morrendo ou crianças doentes. Era com isso que Michael se preocupava. Ele
sempre foi assim. Eu conheci Michael por 21 anos e ele nunca mudou! Ele era a
mesma pessoa.
IM: Você fez algo no
rancho Neverland?
DN: Não. Eu fiz planos
para ele ter um parque aquático e algumas outras coisas que nunca aconteceram.
IM: Você criou a capa de “Heal the World”. Você
veio com a ideia, ou Michael lhe deu direção?
DN:
Nós, na verdade, falávamos sobre uma caridade e, então, eu fiz vários
diferentes designes e Michael escolheu um. Eu, provavelmente, fiz de 30 a 40
diferentes desinges. Eu gostava de
dar a ele escolhas para chegar perto da perfeição. Ele nunca me disse para
fazer coisas, era sempre uma colaboração e eu adorava trabalhar com ele. Eu sinto
falta dele todo dia. Eu fiquei tão chocado quando ele faleceu, que eu não pude
aceitar isso. Eu pensei que fosse um engano! Eu pensei que eles o tinham levado
para o hospital para reidratá-lo, porque ele ficava muito desidratado quando
ele estava trabalhando duro. Eu não poderia aceitar que ele tinha partido, isso
foi terrível.
IM:
Foi um terrível momento e nós podemos imaginar como você se sentiu, sendo tão
próximo a ele. Qual é a pintura que você fez para ele é a sua favorita? Sua
escolha pessoal.
DN:
Eu penso que, talvez, “The Knight”. Eu realmente gosto dessa e essa é a única
pintura que eu fiz com prazo de entrega. Eu não tenho certeza sobre o que ele
tinha planejado para ela, para ser honesto, mas eu tive um prazo de entrega
apertado. Quando eu terminei a pintura, eu a enviei para Michael em Los Angeles,
porque ele estava partindo para Paris e a levaria com ele. Nós tivemos um
terrível momento colocando a pintura na caixa. Ele estava enviando aquela coisa
para toda parte. Eu me lembro de que, uma vez, foi depois do 11 de setembro,
ele me chamou para fazer alguns reparos nela, por causa dos danos causados no
envio. Assim, eu fui para o aeroporto com minha mala cheia de coisa de pintura
para voar para o rancho. Eles me pararam no aeroporto, me colocaram contra a
parede, esta diretora da segurança estava muito zangada que ela estava
tremendo! Ele queria me prender. Foi louco!
IM:
Em 11 de setembro, Michael estava em Nova Iorque para os concertos para o
Aniversário de 30 anos dele, Liz Taylor e Marlon Brando alugaram um carro para
voltar de Los Angeles. Isso é verdade?
DN:
Eu acho que ele pegou um trem! Sim! Ele adorava trens. Ele me ligou uma vez e
disse: “Adivinha onde eu estou? Estou em um trem! Isso é ótimo, nós estamos nos
divertindo!” Era um grande choque vê-lo! As pessoas falavam: “O que você está
fazendo aqui?” e a resposta de Michael era: “Eu tenho que estar em algum lugar1”
[Gargalhadas] Mas viajar em público era complicado para ele e ele realmente
odiava isso. Ele usava disfarces e, um dia, nós estávamos em uma loja de
brinquedos, durante o Halloween, e a loja tinha acabado de abrir. Michael tinha
comprado uma fantasia com nariz e dentes falsos para voltar ao rancho. Havia
muitas pessoas lá, como se fosse a inauguração. As pessoas começaram a olhar para
Michael e o gerente veio e perguntou a ele se ele era Michael Jackson. Michael
disse sim e o gerente disse: “Eu pedirei a você que saia”. Isso foi porque as
pessoas ficavam com medo de que os clientes entrassem em pânico e causassem
danos à loja. Portanto, nós sempre éramos convidados a sair. Isso era realmente
embaraçoso para Michael. Por que você deveria ser expulso por que você é certa
pessoa?! Isso aconteceu com Michael e Lisa em Nova Iorque. Eles foram a um shopping center e as pessoas os descobriram
lá e causaram centenas de milhares de dólares em danos para alcançar Michael.
As pessoas na loja disseram a ele para nunca voltar! Ele tinha que ligar
primeiro para as lojas fecharem para ele comprar1 Ele também se tornou em
expert em sair das roupas! As pessoas iriam agarrá-lo, então, ele iria,
rapidamente, remover a camiseta ou suéter dele! Ele me mostrou partes da cabeça
dele onde as pessoas arrancaram um chumaço de cabelo do coro cabeludo dele! Era
por isso que ele sempre protegia os olhos dele assim [David coloca as mãos
sobre a face e olhos dele].
IM:
Se você pudesse passar mais um dia com Michael, o que você fariam?
DN:
Oh, meu... Eu acho que eu simplesmente adoraria a companhia dele, apenas
conversar como fazíamos. Ele era uma pessoa muito sábia, sabe. Michael sabia
algo sobre tudo; ciência, medicina, todos os tipos de coisas. Nossas conversas
eram muito divertidas. Disso é o que eu mais sinto falta.
IM:
Você está trabalhando em algum projeto agora?
DN:
Na verdade, eu estou fazendo algumas pinturas. Eu sou um pinto, sabe, e eu não
posso me aposentar! Algumas pessoas trabalham a vida toda para se aposentar e
pintar, o que eu farei? Tornar-me um contador? [Gargalhadas].
IM:
Obrigado, David! Foi maravilhoso falar com você! Suas histórias e amor por
Michael são surpreendentes e cativantes! Foi um prazer!
DN:
Eu amo o que vocês estão fazendo e continuem com isso! Muito obrigado a vocês.