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domingo, 28 de outubro de 2012

Capítulo 4 - Dangerous : " Black or White"


8               BLACK OR WHITE 

(Escrita e composta por Michael Jackson; produzida por Michael Jackson e Bill Bottrell. Gravada e mixada por Bill Bottrell. Vocais solo e background: Michael Jackson. Bateria: Bryan Loren. Letra do rap por Bill Bottrell. Percussão: Brad Bruxer e Bill Bottrell. Baixo: Bryan Loren (moog) e Terry Jackson (guitarra-baixo). Teclado: Brad Buxer, John Barnes e Jasen Martz. Guitarra Bill Bottrell. Guitarra heavy Metal: Tim Pierce. Sequenciador de velocidade: Michael Boddicker e Kevin Gilbert. Rap performando por L.T.B. “Introdução”: Especial performance de guitarra por Slash. Dirigido por Michael Jackson. Composta por Bill Bottrell. Engenharia de som e designe: Matt Forger. Filho interpretado por Andres Mckenzie. Pai interpretado por L.T.B.)

  

“Black or White” foi o maior single de Jackson, na América, desde “Billie Jean”. Ela ficou no #1 da Billboard Hot 100 por sete semanas e se tornou o rock single mais vendido dos anos noventa. Ela também foi o maior sucesso global dele, atingindo o topo dos charts em vinte países, incluindo o Reino Unido, Austrália, Áustria, Bélgica, Cuba, Dinamarca, Finlândia, França, Israel, Itália, Japão, México, Noruega, Espanha, Suécia, Suíça e Zimbabwe. 

Com o instantaneamente identificável riff de guitarra dela, “Black or White” foi uma explosiva fusão pop-rock-rap, com uma mensagem de harmonia racial e uma corrente de indignação. Isso foi em um momento em que tensões raciais estavam elevadas, após o espancamento de Rodney King, pela polícia, e os subsequentes motins em Los Angeles. O curta-metragem, do mesmo modo, é, sem dúvidas, o mais envolvente vídeo musical da carreira de Jackson. O crítico cinematográfico Armond White o chamou de “um dos melhores vídeos musicais já feitos”.

Como muitas músicas de Jackson, “Black or White” teve um longo processo de gestação. Ele esteve mexendo em partes dela desde as sessões de Bad. “Tão logo nós chegamos no Westakle [Studio], a primeira coisa que Michael cantarolou para mim foi “Black or White”, recorda o produtor Bill Bottrell. “Ele cantou para mim o riff principal sem especificar qual instrumento seria tocado.” Bottrell, por fim, escolheu uma guitarra Guibson LG2, de 1940, para “criar esta grande parte, pungente, de velha guitarra de rock & roll acústica”. Enquanto Bottrell adorou o som, ele não estava certo se Jackson consideraria. Jackson também adorou. “Ele aceitou quando ele escutou pela primeira vez”, disse Bottrell, “e eu fiquei realmente feliz em colocar aquele tipo de som clássico em um álbum de Michael Jackson”. Tem sido suposto por muitos que o famoso riff de guitarra da música foi tocada por Slash, mas a parte de Slash foi, na verdade, no prelúdio (durante a briga entre pai e filho, o que, como “Heal the World”, foi orquestrado por Matt Forger). 

Jackson e Bottrell continuaram a voltar à faixa durante os próximos dois anos, construindo-a peça por peça. “Este é o tipo de coisa que ele faz”, recorda Bottrell. “Isso parece meio aleatório, mas é como se ele fizesse as coisas acontecerem por omissão. Não há ninguém mais e é como se ele soubesse que é isso que você está enfrentando e lhe desafia a fazer isso.” Interessantemente, enquanto a faixa tomou anos, Jackson (que, geralmente, gravava os vocais centenas de vezes antes de estar satisfeito) determinou o vocal na primeira tomada. “O cara é absolutamente natural”, recorda Bottrell, “e, para mim, a melhor coisa sobre ‘Black or White’ era que o vocal improvisado dele continuou intocado durante o ano seguinte [de trabalho em Dangerous] e terminou sendo usado na música finalizada... Eu considerei esse vocal brilhante, tão solto, backgrounds imperfeitamente postos em camadas; era perfeitamente encantador. Em oposição a algumas das outras pessoas que trabalharam com Michael, naquela época, quando eu era autorizado a produzir, eu iria, consistentemente, tentar ir para vocais simples, compilando-os de duas ou três tomadas, com soltos backgrounds e sentimentos mais instintivos. Nesse caso, ele veio com vocal guia e faixa background tão encantadores, que eu realmente resolvi continuar isso. É claro, tinha que agradá-lo ou ele nunca teria me deixado seguir em frente com isso.”

Jackson gostava do jeito que a música estava se desenvolvendo, mas ainda tinha algumas lacunas, uma da quais ele queria completar com um solo de rap. Jackson, inicialmente, tentou trazer Heavy D. ou LL Cool J para fazer o trabalho (ambos os quais fizeram o rap em outras músicas durantes esse período), mas depois de ouvir a amostra da versão de Bill Bottrell, ele sentiu que estava perfeito do jeito que estava. “De minha parte”, brinca Bottrell, “eu não pensava muito em rap branco... [mas] eu toquei para Michael no dia seguinte e ele foi: ‘Ohhh, eu adorei, Bill, eu adorei. Deve ser esse. ’ Eu continuei dizendo: ‘Não, nós temos que conseguir um rapper de verdade’, mas assim que ele ouviu minha performance ele ficou cometido por ela e não poderia considerar usar ninguém mais.” A ponte, igualmente, foi completada com o impetuoso ataque vocálico de Jackson sobre afluentes acordes de guitarra.

A gravação final foi uma fusão perfeita de estilos musicais, contendo elementos de hip-hop, pop, rock clássico e até mesmo country. Isso foi a equivalência musical do tema inclusivo da música. Rolling Stone a descreveu como um “efervescente hit pop”, que poderia “arrebatar seu coração com uma linha como: ‘Eu acredito em milagres/E um milagre aconteceu esta noite’ mas... também arrebata seu corpo, com estas engasgadas guitarras hiperativas e incríveis batidas irregulares-espasmódicas”.

Com os sons alegres e refrão contagiante, contudo, ouvintes sempre se esquecem da corrente sombria da música. A maioria a tem interpretado como uma direta chamada para harmonia racial. Enquanto Jackson, indubitavelmente, acreditava no poder da música para unir as pessoas, “Black or White” não é meramente uma ingênua expressão de kumbaya. Em uma linha, ele previne fácil e cordial hipocrisia, desafiando: “Não diga que você concorda comigo/ Quando eu o vi chutando poeira em meus olhos.” Na ponte, os versos alegres, de repente, dão lugar a uma explosão de ultrajes: “Eu estou cansado deste mal/Estou cansado destas coisas/ Estou cansado destes negócios.../ Eu não tenho medo de seu irmão/Eu não tenho medo de nenhum lençol/eu não tenho medo ninguém...”.

Essa é uma interjeição direta, particularmente para uma música pop que alcançou o topo dos charts. A letra relembra isso por toda a aspiração de igualdade racial, a revolta com injustiça continua. Como uma das mais poderosas vozes “black” no mundo, Jackson abertamente desafia vitimização, contestando a intimidação da supremacia branca. Quando ele diz “Eu não tenho medo de nenhum lençol”, ele não está apenas falando da KKK, mas de sutil, estrutural, forma de racismo, também.

No vídeo musical, essa porção da música vem diretamente depois de uma imagem de dois bebês (um negro, um branco), sentados em cima do globo. “Exatamente antes de esta açucarada imagem cansar, isso se torna apocalíptico”, nota Armond White, “Jackson reaparece caminhando através de uma parede de chamas... imagens de guerra e misérias assombram o plano de fundo, mas ele continua se movendo em nossa direção... afastado uma cruz pegado fogo... [Isso] é reminiscência da mais audaciosa cena em Like a Prayer, de Madonna, mas Jackson demonstra uma indignação mais desafiante. E vindo de um mundo de idealismo, na parte central do vídeo, a raiva de Jackson teve um forte efeito”. Na verdade, parte da genialidade do vídeo de Black or White é a sustentada tensão entre oposições: entre idealismo e realismo, inocência e experiência, sátira e sinceridade.

Dirigido por John Landis (que também dirigiu Thriller) o curta-metragem de onze minutos começa no céu, antes de dar zoom em direção a um típico subúrbio de vizinhança branca. Aqui, as ruas são imaculadas, e as casas uniformes. Mesmo antes de nós entramos em uma casa, nós percebemos certa esterilidade e vazio na vizinhança: está claro que os cidadãos desta, aparente, idílica cidade de classe média estão afastados uns dos outros, consumidos nos próprios espaços privados. 

A ideia é reforçada quando nos é concedido um olhar dentro de uma casa de dois andares que, simbolicamente, separa uma criança (interpretada por Macaulay Culkin) dos pais dela. Enquanto a criança dança rock para a um solo de guitarra, no quarto dela, o pai está no andar inferior, imerso em um jogo de baseball, e a mãe dela está lendo um jornal tabloide. A música está tão alta que isso, finalmente, leva o pai até o segundo andar para gritar para o filho dele (“Eu pensei que tinha dito a você para abaixar este barulho.”). Isso é um jogo na clássica divisão generalizada que rock ‘n’ roll tem provocado nas famílias americanas (veja o vídeo do Twisted Sister para “We’re Not Gonna Take It”). Entretanto, isso é, também, uma paródia dessa alegoria. O garoto suburbano representa a primária demografia de bandas de rock nos anos noventa e a “rebeldia” dele é quase risivelmente inócua.

Toda a cena de abertura é intencionalmente exagerada por efeitos, sugerindo a alienação da família – uns dos outros e, também, de todo o mundo que eles vivem. Jackson, é claro, sabe que a classe média branca americana constitui uma grande parte da audiência dele. O que o vídeo tenta fazer, portanto, é segurar um espelho para essa audiência e provocar um momento de autorreflexão.

Jackson transaciona dentro da verdadeira música por ter o menino sedento de atenção, vindo para o térreo, com guitarra e amplificadores, explodir o pai dele para fora da casa. Significativamente, o pai aterrissa, com poltrona e tudo, em um campo na África; uma eficaz chance de recolocação para um arquetípico pai americano. Aqui, Jackson inicia a “reeducação” do pai por retirar a socialização deles e retornar às origens da música, som, e dança. “A proverbial resistência da América Branca à musica de selvagens, aqui, encontra a herança afrocêntrica dela”, escreve Armond White. “O apropriado começo da música e a entrada de Jackson, aqui, além de um grupo com lança e escudo carregando flechas, com rostos pintados de preto e branco, fazendo uma ligeira dança Watusi, nega a resistência por abraçar a herança”.

 Enquanto Jackson transporta de cultura a cultura, ele, fluidamente, integra e adapta os movimentos dele aos estilos de várias etnias: Nativos Americanos, Indianos, Russos, etc. Na famosa cena de “metamorfose”, as diferenças em identidade nacional, racial e sexual são facilmente dissolvidas em uma celebração da diversidade e hibridismo. Esta capacidade de adaptação e cruzar barreiras têm por objetivo oferecer um contraste para a severa divisão do mundo preto-e-branco que o pai habitava. Essa importante parte é habilmente produzida, quase como um comercial de alto orçamento.

 O vídeo poderia facilmente terminar aqui. Na superfície, ela já era outro blockbuster de Michael Jackson: visual impressionante, os efeitos especiais de ponta, uma narrativa humorística, mas socialmente consciente. Jackson, todavia, não tinha acabado. O “segmento pantera” que se segue faz com que se reinterprete tudo que aconteceu antes. “É uma coda ferozmente chocante para a visão de uma folclórica visão de cordialidade global”, escreve a critica cultural Margo Jefferson. Isso também fez Black or White o vídeo mais controverso da carreira de Jackson – e o primeiro dele a ser abertamente censurado.

Essa coda começa quando o vídeo “oficial” termina. Nós vemos o diretor vir para um elaborado set de Hollywood. “Isso foi perfeito”, ele diz à atriz. A câmera girar para mostrar um elenco completo, que, completamente ocupado, conversa e começa a empacotar, supondo, como a audiência, que o vídeo terminou e que a história foi contada. Então, a câmera faz um zoom de volta a uma misteriosa pantera negra, que espreita, despercebida pela equipe, antes de deslizar para fora do set. Uma vez do lado de fora do prédio, a ameaçadora pantera desce as escadas para fora do set; quando ela chega à rua, ela, graciosamente, metamorfoseia-se em Michael Jackson, que pausa, olha em volta e apanha um fedora preto. Daí, caminhando dentro de um único holofote, ele se volta e fita diretamente a câmera. O olhar dele é penetrante, desconcertante. Exatamente quando a imagem fixa, Jackson explode em uma série de movimentos rápidos e ininterruptos de dança e poses. Ele está usando mocassins pretos, meias brancas, calças pretas, camiseta branca, camisa preta e um punho branco. Isso é um notável visual de contrastes.

Enquanto Jackson caminha por uma deserta rua da cidade, não há música, apenas o som dos passos dele e o vento. Ele fita a câmera, novamente – dessa vez o olhar é um pouco mais longo –, antes desencadear uma brilhante e percussiva rotina de dança. “Isso cria uma estranha tensão”, escreve Margo Jefferson. “Parcialmente porque é sinuosa e elegante – a forma de caminhar é macia. E muito porque, em cada uma das batidas, ele afaga, arrebata, acaricia o falo dele”. Isso, é claro, é parte do que tornou o vídeo controverso. Não é apenas que ele agarre a virilha dele (ele tem feito isso em muitos vídeos antes) – isso é uma perturbadora agressão, a combinação de dor, violência e sexualidade. “Esta é uma versão filme noir do famoso ‘Singin’ in the Rain’ de Gene Kelly”, observa Armond White, “e a subversão de Jackson dessa alegre obra arquetípica, certamente, perturbou a noção do que é show business da maioria das pessoas. Mas essa coda é a verdade de Michael... Não há música porque Jackson, que tem performando desde que era criança, não tem tradição para a expressão musical de raiva. Este inquietante balé é feito para ritmos interno; o que ele não pode dizer em palavras, vem como um rugido de uma (isso mesmo) pantera negra”. 

Na verdade, é preciso imaginar mais, uma vez, o verdadeiro contexto para, verdadeiramente, entender a coragem e audácia do artista. O vídeo foi transmitido na rede de televisão; por toda a América (e por todo o mundo), famílias foram atraídas, como se para o Super Bowl, para ser entretida. Porém, muitos ficaram chocados e confusos. Na sequência final, o vídeo alcança o clímax, quando Jackson começa a bater nas janelas (as inscrições racistas foram adicionadas mais tarde), compulsivamente esfregando-se e gritando. No momento mais poderoso do vídeo, talvez, Jackson gira como um tornado, antes de cair de joelhos em uma poça d’água, rasgando a camiseta dele e gritando em agonia.

Uma vez que a explosão emocional cessa, ele parece voltar a si e olha para a destruição com uma expressão de dor, remorso e incerteza. O vídeo termina com Jackson metamorfoseando de volta à pantera, e deslizando para dentro da rua escura e deserta.   Assim, significativamente, há outra afiada justaposição, quando nós estamos de volta a uma típica casa americana com outro arquetípico pai (Homer Simpson) dizendo ao filho dele (Bart) para desligar o que ele acabara de assistir. Foi uma forma de iluminar a construída tensão com humor, mas também permite que o vídeo complete o ciclo e reapresente, novamente, esse ponto.

A moldura final é um último close-up da face dolorida de Jackson e as palavras: “Preconceito é Ignorância”.

 As redes de televisão, incluindo a MTV, imediatamente baniram o vídeo completo, por ser muito violento e sexual. A maioria dos críticos, naquela época, simplesmente o descreveu como uma desesperada jogada publicitária. Perdido no alvoroço, entretanto, foi o significado do vídeo. É a coda censurada, depois de tudo, indiscutivelmente, que fez “Black or White” o mais significante vídeo musical que Jackson já criou. A dor e a ira que Jackson mostra ao amassar carros e vitrines, na verdade, antecipa a violência racialmente incitada das revoltas de Los Angeles em 1992. Tratado por muito tempo como cidadão de segunda classe, um animal, é isso que a personagem de Jackson em “Black or White”, temporariamente, se torna. Tudo isso que está reprimido explode em uma furiosa erupção de revolta instintiva. “Eu quer[ia] fazer uma número de dança no qual eu [poderia] deixar minha frustração sobre injustiça e preconceito e racismo e intolerância”, explicou Jackson, “e dentro da dança, eu fiquei chateado e deixei ir”. Em uma das poucas profundas (ponderadas) análise da época, o critico cinematográfico, Armond White, descreveu o vídeo como uma ruptura. “Eu tenho pensado muito sobre ele”, ele escreveu na obra premiada dele, de 1991, “porque o vídeo parece, para mim, o mais significante gesto pessoal que qualquer artista americano fez em anos... Ele já encantou o mundo; Black or White mostra que ele tem a coragem para agitar”.

A música e o vídeo, é claro, também levantaram questões sobre a identidade racial e sexual de Jackson. Se isso não importa se alguém é branco ou preto, como a letra diz, por que ele mudou a cor da pele dele? Alguns perguntaram. Em 1991, ninguém sabia que ele tinha vitiligo (esta revelação veio dois anos depois na famosa entrevista dele com Oprah Winfrey). A suposição, contudo, para muitos, era que ele não gostava de ser negro. As cirurgias plásticas, é claro, complicou ainda mais o assunto. Para alguns, essas realidades cosméticas questionam toda a mensagem dele; mas como Mark Anthony Neal nota: “Se você somente prestar atenção na aparência física de Michael Jackson, você verdadeiramente perde algo que é muito mais complexo... Michael Jackson, artisticamente e esteticamente, nunca deu as costas à negritude dele. O trabalho dele sempre esteve em conversação com a cultura negra, nos Estados Unidos e, ainda mais, globalmente.”

Na verdade, em Black or White (e outros vídeos de Dangerous) Jackson faz exatamente isso, enviando inúmeros sinais que demonstram a identificação dele como um homem negro de ascendência africana. Jackson, também, desafiou noções tradicionais de identidade. Raça, ele parece argumentar, não é meramente sobre pigmentação da pele, (“Eu não passarei minha vida sendo uma cor”); do mesmo modo, ser um homem ou um pai não é apenas beber uma cerveja, enquanto se senta em uma poltrona e assiste aos esportes na TV. Jackson está tentando subverter tradicionais noções de raça, gênero e sexualidade, que encaixotam as pessoas e impedem a comunicação e o entendimento.

A reavaliação e a tolerância que Jackson está pedindo, portanto, não significa apenas branco ou preto, mas tudo entre isso, todas as variações, nuances e identidades hibridas. Isso, por fim, é o que ele representava. Por causa dessa ambiguidade, ele foi rotulado de aberração. Em nome desta típica percepção superficial, ele está nos lembrando de que mesmo as chamadas aberrações são humanos enraizados em uma complexa narrativa que requer mais que rótulos preto ou branco.

 

 

 

 

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