AS MÚSICAS
1.
BLOOD ON THE DANCE FLOOR
(Escrita
e composta por Michael Jackson e Teddy Riley. Produzida por Michael Jackson e
Teddy Riley. Engenharia por Teddy Riley, Dave Way e Mick Guzauski. Programação
de bateria: Teddy Riley e Brad Buxer. Mixada por Mick Guzauski. Programação de
sistema digital: Matt Carpenter. Engenheira adicional: Eddie De Lena e Andrew
Scheps. Vocais solo e background: Michael Jackson. Arranjo vocálico: Michael
Jackson. Teclado e sintetizadores: Teddy Riley e Brad Buxer)
A faixa título é um clássico Michael Jackson: uma obra
altamente energizada, que combina ritmicamente com o mistério e intriga de
“Billie Jean” e o drama film-noir de
“Smooth Criminal”. A música foi, originalmente, escrita e gravada durante as
sessões de Dangerous com o produtor
Teddy Riley e Bill Bottrell (que veio com o título). “Eu pensei que eu seria um
vendedor inteligente”, recorda Bottrell, “e eu provoquei Michael sobre esta
ótima música que eu chamei de ‘Blood on the Dance Floor’. Ele estava fora da
cidade e eu estava tentando ajustar a música e isso levou semanas. Ele estava
realmente intrigado, tanto que ante mesmo que ele ouvisse o que eu fiz, ele escreveu
a própria ‘Blood on the Dance Floor’ dele”. Jackson continuou a mexer com a
música até durante as sessões de HIStory, e a terminou em Montreux, Suíça,
enquanto estava na HIStory World Tour. “Nós pegamos a DAT [Digital Audio Tape] de Teddy Riley e trabalhamos nela em Montreux,
com uma equipe de quatro homens”, recorda Brad Buxer. O resultado foi uma das
mais revigorantes faixas de dança dele na década.
Como o álbum num todo, a
música foi, incialmente, negligenciada nos Estados Unidos; mas ela tem,
subsequentemente, se tornado um dos mais bem conhecidos singles dos anos noventa de Jackson, devido a ser consistentemente
tocada em boates e coreografias. Ela foi, também, um grande hit em todo o mundo, alcançando o Top Ten em mais que quinze países e #1 no Reino Unido, Espanha e Nova Zelândia.
Robert Miles, da Billboard, descreve
a música como “um groove estilo jeep que fornece uma firme fundação
para um vocal de estalar de lábios e harmonia carregada, que é absolutamente
inabalável”.
O tema da música é território
familiar para Jackson. A “Susie” na faixa, como “Dirty Diana” e “Bille Jean”,
representa algo sedutor, mas enganador. (Neil Straus do New York Times sugeriu que ela poderia ser uma metáfora para AIDS.) “Susie tem seu número/E Susie não
é sua amiga”, Jackson canta no refrão. “Olhe quem o submente/ Sob sete centímetros.”
Enquanto está claro que algum tipo de violência toma lugar, Jackson, com
sabedoria, deixa a interpretação do mistério da música por conta do ouvinte.
Contudo, a faixa revela uma das mais interessantes reviravoltas no catálogo de
Jackson, quando a música essencialmente se desconstrói.
“Para escapar do
mundo”, Jackson canta, “eu tenho que desfrutar dessa simples dança/ E parecia
que tudo estava do meu lado”. Como a música revela, a sensação de que “tudo
estava do lado dele” é uma ilusão. “Sangue está na pista de dança”, um lugar
onde ele, uma vez, pensou que estava seguro, livre e alegre. Agora, ele
reconhece, nem mesmo as “fugas” dele estavam livres das ameaças externas. Em
essência, Jackson suscita dúvidas em inúmeras formas de escapismo – se sexo,
dança, drogas ou, talvez, mesmo a inocência que ele, uma vez, abraçou
completamente. Todas essas coisas, como “Susie”, são sedutoras, mas podem,
também, torná-lo um alvo e vulnerável. Dessa forma, ela é uma das mais
perturbadoras faixas de Jackson, uma expressão profunda de desilusão e
incerteza: “Susie” seduz com promessas e prazeres, mas irá, definitivamente,
apunhalar você, quando você menos esperar.
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