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sábado, 27 de outubro de 2012

Capítulo 7 - Invincible : " Cry "

13.                CRY
(Escrita e composta por R. Kelly. Produzida por Michael Jackson e R. Kelly. Gravada por Mike Ging. Brad Gilderman e Humberto Gatica. Mixada por Michael Jackson e Mick Guzauski. Arranjo de coro: R. Kelly. Programação de bateria: Michael Jackson e Brad Buxer. Programação de teclado: Michael Jackson e Brad Buxer. Vocal líder: Michael Jackson. Coro: Andraé Crouch e o Andraé Crouch Singer Choir. Percussão: Paulinho Da Costa. Bateria: John Robinson. Guitarras: Michael Landau)

Seguindo a dor de coração “Don’t Walk Away” vem uma lamentação mais universal. “Cry” revisita um sentimento que Jackson esteve apresentando em toda a carreira solo dele. As raízes dela voltam tão longe quando poetas-profetas do Velho Testamento como Jó e Jeremias acessaram um mundo de sofrimento, injustiça e desespero e tenta encontrar esperança na escuridão. Eles também tentaram provocar respostas e ações. Similarmente, Jackson “chora” porque ele vê toda tragédia em volta dele e as internalizam. Ele canta sobre pessoas mal conseguindo ficar de pé, sem saber quando a dor irá passar; ele canta sobre “estórias enterradas e não contadas”, sobre pessoas “escondendo a verdade”; ele canta sobre ilusões e máscaras (“Faces cheias de loucura”, “pessoas riem quando elas se sentem tristes”). Então, no refrão, ele faz uma súplica (“com os ouvintes dele e ele mesmo”) para de alguma forma superar. O que nos conecta não é fingir que a tragédia não existe, mas vê-la pelo que ela é e confrontá-la como uma coletividade.
A ideia de ser conectado a outra pessoa através de nossos sofrimentos e aflição era, certamente, relevante para o contexto histórico da música. Lançada brevemente depois da tragédia de 11 de setembro de 2001, “Cry” era exatamente o tipo de música que era necessária em momento tão devastador. Alguns críticos alegaram que ela era muito simplista e messiânica; parte do coro pode, na verdade, parecer dessa forma. Mas o centro da música é mais profundo, olhando dentro e fora, ao mesmo tempo, e não oferecendo respostas fáceis. Como uma lamentação, ela apresenta o “som de um trauma”. Escute o desolado vento soprar no começo e a batida dolorida. Ela apresenta uma alienação que relembra a introdução para “Stranger in Moscow”. Os vocais de Jackson não são festivos, mas melancólicos e comedidos. Como hinos anteriores, ela tira a ajuda do coro (simbolizando comunidade) para ele encontrar esperança e resolução. A magnífica chamada e resposta na qual ele engaja no clímax é Michael Jackson clássico, demonstrando a poderosa comunicação que deve acontecer se nós quisermos “mudando o mundo”.




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