10.
MUCH TOO SOON
(Escrita por Michael Jackson.
Produzida por Michael Jackson e John McClain. Vocais guias e backgrounds:
Michael Jackson)
A música que fecha o álbum
apresenta a habilidade de Jackson como cantor-compositor, para magnífico efeito.
Essa música, assim, – sem dúvidas, a melhor balada de Jackson – não ter
integrado um álbum, enquanto ele estava vivo, é uma tragédia por si só. “Much
Too Soon” é uma sofisticada expressão de perda e saudade que se sustenta ombro
a ombro com algumas das melhores baladas folks
dos Carpenters e dos Beatles. A letra se lê quase como um
poema W.B Yats.
A
faixa foi, primeiro, escrita por Jackson, em 1981, e revisitada múltiplas vezes
durante anos. Os vocais nessa versão foram gravados em 1994, no Hit Factory, durante as sessões de HIStory. A engenharia e mixagem dela
foram feitas, originalmente, por Bruce Swedien (essa versão vazou online, nas semanas que precederam ao
lançamento do álbum). “Michael entrou um dia e disse que ele teve uma ideia e precisava
de um guitarrista”, recorda o engenheiro assistente, Rob Hoffman. “Assim, eles
chamaram um cara, Jeff Mironov, para a sessão. Ele se sentou com MJ na cabine de
isolamento e Michael, pacientemente, cantou todas as notas de cada acorde e a
melodia. Ele tinha a coisa toda na cabeça dele. Quando Jeff fez isso, Michael
veio para a sala de controle e cantou, ao vivo, enquanto Jeff fazia algumas
tomadas... Eu acredito que nós fizemos cerca de 5 ou 6 tomadas, todas elas
incríveis... Mas a música foi guardada e nunca trazida de novo.”
A
versão que aparece em MICHAEL, apresentando mais proeminente acordeom e corda,
foi produzida, novamente, para o álbum, pelo coexecutor John McClain.
A
música, um Jackson sem esperança, acompanhada pelo útil trabalho de guitarra
acústica de Tommy Emmanuel, canta sobre ser separado de quem ama “muito cedo”. A
emoção no vocal surge com tal pureza e honestidade, que o ouvinte sente, a cada
vez, a dor no coração. “Leve embora esta tristeza sem fim”, ele implora em um
verso. “Tire este sentimento de solidão da minha alma.” Dado o contexto da vida
de Jackson, essas palavras carregam profundidade e ressonância.
A
ponte apresenta uma harmonia solo, que ressalta a essência blues-folk da música, antes de Jackson retornar com o verso final
sobre “nunca deixar o destino controlar a alma [dele]”. É uma música linda, agridoce,
que, perfeitamente, tempera esperança e tristeza, solidão e o desejo por
reconciliação. Por todo o estrelato de Jackson, “Much Too Soon” relembra a
todos que por trás da construção da mídia estava um ser humano.
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