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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

M Poetica: A Arte de Conexão e Desafio de Michael Jackson






Jam


 
 
Jam, do álbum de 1991 de Jackson, Dangerous, estende essa ideia  do poder transformativo da arte para qualquer empreendimento que realmente capture sua paixão.  Você pode Jam com uma trombeta ou uma pula corda, você pode jam em uma arena de basketball ou na rua, você pode jam como dançarinos ou como professor – qualquer coisas quem envolva você e o encha de deleite. Como Beat It e Bad, o videogame é localizado em um áspero ambiente urbano e reverbera tom sombrio, mas como eles, ele também é definitivamente exuberante e alegre. Na verdade, há uma sobrejacente visão deste completo ciclo de vídeos: a exuberância da criatividade crescendo dentro de ambientes sombrios.
Jam mostra clipe após clipe de crianças completamente absortas na alegria de fazer o que elas fazem – um garoto saltando em um estofado, um jovem dançarino de break imergido na dança dele, crianças correndo, garotas pulando corda, garotos jogando basketball, uma banda de jovens músicos pegando os instrumentos deles – embora isso seja intercalado com imagens de pessoas em desespero. É a dissonâncias entre essas duas que dirige o vídeo e dá a ele peso emocional. Nós também vemos clipes de Jackson e Michael Jordan, praticando, praticando e praticando enquanto eles refinam o ofício deles. É preciso muito trabalho duro par se tornar um dançarino profissional e um jogador de basketball. O truque é combinar habilidades técnicas do profissional com a alegria e criatividade de uma criança brincando.
Gradualmente, o clipe se desenvolve para Michael Jordan e Jackson, juntos, na quadra de basketball e na pista de dança. Ambos têm a confiança que vem de estar no topo do jogo deles e esse segmento é pura diversão de ser ver.  Primeiro, ele entram na quadra, e, enquanto Jackson é razoavelmente alto, ele não é, nem de perto, alto para a NBA. Jordan é uma torre perde dele. Jackson não pode se aproximar para bloquear os disparos dele – ele é como uma criancinha jogando com um adulto – mas ele se esforça: pulando, lutando, mergulhando atrás da bola. Ainda, não há contexto nenhum. Em um ponto, Jordan vai arremessar depois de quicar a bola – e Jackson olha duas vezes – ele não tem ideia de para onde a bola foi. Mas o ponto não é ganhar, é compartilhar: dar tudo de você, lutar com tudo que você tem, perde-se na alegria de fazer isso.
Depois, eles se movem para a pista de dança, e nós começamos a apreciar justamente quão rápidos e fluidos os movimentos  de Jackson são, quando elee está de volta no próprio domínio. Agora, ele é o profissional, e Jordan é o amador,  e nós temos a chance de ver Jackson compartilhando como um professor. Ele está claramente intrigado com Jordan, por ver o que aquele poderoso corpo pode fazer. E outtakes no fim do vídeo, Jackson é como um adolescente em torno de um Masserati. Você tem a sensação de que ele estão morrendo para ter a mente dele dentro desse magnífico corpo de alguma forma e leva-lo para dar uma volta, ver se ele pode, verdadeiramente fazê-lo dançar. Jordan tem trabalhado esse corpo duramente para ser uma força na quadra de basketball, mas Jackson pode de alguma forma fazê-lo se mover da forma que ele imagina na cabeça dele? Ele encoraja, ele demonstra, ele explica, tentando descobrir a palavra mágica para realizar as ideias dele. Ele deita no chão e posiciona os pés de Jordan; ele se levanta nas pontas dos pés e posiciona os dedos dele. Jordan se submete aos esforços de Jackson com um Zeus benevolente, rindo, enquanto Jackson se agita em volta, tratando tornar as ideias dele visíveis.
A atmosfera global em Jam é uma de vitalidade, embora isso esteja dentro do, agora, familiar moldura de uma paisagem urbana negra. Mas as crianças que vemos no vídeo não são aquelas sendo admoestadas para compartilhar – elas já estão compartilhando. Na verdade, eles são apresentados como um modelo para o resto de nós, o que é um completo reverso das outras canções neste ciclo. Em Beat It, Bad, e algumas extensões de The Way You Make Me Feel, o protagonista usa a energia criativa dele para transformar um rude ambiente social em torna-lo mais habitável. Especialmente, ele usa a criatividade dele para ganha o respeito dos vizinhos,
Não fale comigo,
Não grite e berre.
O problema, de acordo com Jam, é uma das exaustões emocionais, de ser desgastado por um sistema social que dissipa nossa energia em tarefas insignificantes e nos deixa cansados e distratados, sem disposição para ajudar outras ou pensar além de nossa próxima tarefa. Nós precisamos “fazer música juntos” – nos engajar em algum tipo de estase criativo – qualquer forma que pode ter – para nos levantar e nos nutrir, emocionalmente e espiritualmente.
Jackson sugere que essa exaustão tem conduzido a um estágio de confusão espiritual. Porque nós não estamos nos permitindo expressar nossa criatividade inata, nós perdemos contato com contanto com nosso ser interior, com que nós somos, e, assim, nós vagamos sem rumo, procurando por respostas. Pois ele diz: “Ela ora a Deus, a Buda/ Então, ela canta uma música de Talmud. / Confusão contradiz o eu.” Nós precisamos compartilhar para voltar a nos conectar com nós mesmos, redescobrir quem nós somos, e, assim, encontrar as respostas que estamos buscando. Uma vez que fazemos isso, nós podemos descobrir que as respostas para as nossas perguntas são muitos mais simples que pensamos. Quando Jackson pergunta: “Nós sabemos o que é certo ou errado?/ eu apenas queria que você me reconhecesse no templo.” Em vez de vagar de templo em templo – do cristianismo ao budismo ao judaísmo – tentando encontrar a resposta certa, nós precisamos para um momento e reconhecer a humanidade das pessoas dentro de cada templo. Se importar com as pessoas é que é importante, não doutrina.
Assim, como outros vídeos no ciclo, Jam fala, mais uma vez, sobre o poder transformativo da arte, mas dessa vez Jackson foca menos  no resultado final – no poder do artista reconhecido – e mais no ato de criatividade em si, no rejuvenescimento spiritual que ocorre dentro de cada um de nós, quando nos imergimos completamente que nos dá alegria. E esse ato de júbilo pode tomar qualquer forma que desejarmos. Nesse sentido, nós precisamos ser como crianças, como o menininho pulando na cadeira, não porque ele vê isso como um exercício espiritual, mas porque é divertido o faz feliz.
Nutrindo-nos dessa forma nos tornearemos mais fortes, nos dará resolução interior – como Jackson diz: “Você não pode me ferir. Eu encontrei paz dentro de mim mesmo” – e nos permite abordar os problemas que nós, como família humana, compartilhamos. Não é acidente que o vídeo começa e termina com um menino jogando com uma bola de basket pintada para parecer o planeta Terra. Para Jackson, a chave para resolver os problemas do planeta que ameaça nosso mundo é cada um de nós reconectar com a exuberância da infância e destrancar a criatividade e paixão dentro de nós mesmos.
Nota da tradutora: Jam significa fazer música junto de forma informal, mas no texto, assim como na música, a palavra é empregada no sentido de compartilhar, trocar habilidades, ensinar e aprender uns com os outros.

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