Michael Jackson: Influência Sem Paralelo
Escrito por Hampton Stevens
Traduzido por Daniela Ferreira para o blog The Man In The Music
Michael Jackson foi o artista mais influente do século 20. Isso pode parecer chocante aos ouvidos sofisticados. Jackson, afinal, era apenas uma estrela pop. E quanto aos grandes escritores do século, como Fitzgerald e Faulkner? E sobre artistas plásticos, como Picasso e Dali, ou os mestres do cinema, de Chaplin a Kubrick? Mesmo entre os músicos influentes, Michael realmente importa mais do que os Beatles? E sobre Louis Armstrong, que inventou o jazz, ou Frank Sinatra, que reinventoulo para as pessoas brancas? Ou Elvis Presley, que fez o mesmo com blues e gospel, criando o rock no processo? Michael Jackson é maior do que Elvis? De longe.
Primeiro, não há dúvida de que os músicos do século 20 teve muito mais imapacto cultural que qualquer outro tipo de artista. Não há tal coisa, por exemplo, como um pintor do século 20 que é mais famoso do que um artista como Sinatra. Não há produtores ou estrelas de cinema que teve influência mais cultural do que os Beatles, e não há escritores do século 20 que tocou mais vidas do que Elvis. Considere-se que milhares de seres humanos, de Bankok ao Brasil, ganham a vida fingindo ser Elvis Presley. Quando foi a última vez que viu uma boa impressão de Picasso? Mesmo Elvis, porém, é ofuscado pela carreira de Jackson.
Primeiro, com a possível exceção de Prince e Sammy Davis Jr., Michael Jackson simplesmente tinha talento mais cru como um performer do que qualquer de seus pares. Mas o Rei do Pop reina como artista do século, não apenas por causa de seu talento excepcional, mas porque ele foi capaz de empacotar o talento de uma forma totalmente nova. Em forma e conteúdo, Jackson simplesmente fez o que ninguém tinha feito antes.
Louis Armstrong, por exemplo, aprendia música como um artista ao vivo e adaptava a sua arte para os álbuns e rádio. Sinatra e Elvis também foram, basicamente, artistas de performances ao vivo, que gravaram discos, em última análise, expanidno a pessoa do palco para outras mídias, pela pura força de carisma. Os Beatles eram um híbrido, uma garde banda de apresentações ao vivo, uma vez, que se tornou popular pelo rádio e TV, forçados pela própria fama a se tornarem os primeiros artistas do rock em grandes estúdios.
Jackson, porém, foi algo totalmente diferente. Algo novo. Obviamente ele fez grandes discos, geralmente com a ajuda de Quincy Jones. A influência musical de Michael Jackson em artistas posteriores é simplesmente inevitável, de seus seguidores imediatos, como Madonna e Bobby Brown, para estrelas posteriores como Usher e Justin Timberlake.
Certamente, Jackson também pode eletrizar uma platéia ao vivo. Sua tela verdade, porém, era sempre a tela de vídeo. Acima de tudo, ele foi o primeiro grande entertainer televisual. De sua infância nos Jackson 5, a sua transformação em adulto no aniversário de 25 anos da Motown; Jackson viveu e morreu para a TV. Ele nasceu em 1958, parte da primeira geração de americanos que nunca conheceu um mundo sem TV. E Jackson não apenas cresceu com TV. Ele cresceu nela. Estrelato infantil, a grande bênção e maldição de sua vida, deixou que ele internalizasse as convenções do meio e ver o seu potencial de forma que nenhum artista pôde antes.
O resultado, como tipificado pelos vídeos para "Thriller", "Billie Jean" e "Beat It", foi mais do que simplesmente grande arte. Era uma nova forma de arte. Jackson mudou as companias de videoclipes promocionais de baixos orçamentos o baixo orçamento, levando-as a fezer grandes sucessos promocionais de arte, um gênero totalmente novo que combina todas as formas de mídia de massa do século 20: o vídeo dclipe. Foi cinematográfico, mas não um filme. Havia elementos da performance ao vivo, mas não era nada como um concerto. Uma mistura perfeita de música e dança que não era brega como Broadway, foi na TV, mas totalmente diferentes de qualquer coisa que as pessoas já tinham visto em uma tela.
A sabedoria convecional, muitass vezes repetida, de que os vídeos de Jackson fizeram a MTV e assim "mudou a indústria da música" é apenas meia verdade. É mais como se a indústria da música tivesse inflado para abarcar o talento de Jackson e encolhido de novo sem ele. Vídeos não importavam antes de Michael, e eles deixaram de importar, no momento cultural quase preciso em que ele parou de produzir um grande trabalho. Seu último clipe relevante, "Black or White", foi essencialmente o swan song (ato final) do gênero. Liderada pelo Nirvana e Pearl Jam, a próxima onda de estrelas pop odiava fazer vídeos, ver o formato inteiro, eo canal onde eles iam ao ar, como ferramentas do rock corporativo.
O maior impacto do clipe não estava na música, mas no vídeo. Isto é, no cinema e na televisão. A geração que cresceu assistindo a vídeos dos anos 80 começou a fazer filmes e programas de TV nos anos 90, usanddo elementos estilísticos da uma vez ousada MTV, como cortes rápidos, vérité de estilo hand-helds, a narrativa não-linear e pesados efeitos visuais e transformaram tudo isso em convenções de TV e convenções de filmes cinematográficos.
Se Jackson tivesse sido apenas um grande músico que também inventou o videoclipe, ele ainda não teria importado tanto. Madonna, seu único herdeiro digno, era quase tão talentosa em comunicar uma estética na tela. A estética que Jackson comunicou comunicado, no entanto, foi muito mais poderosa, libertadora e globalmente ressonante que a dela. Foi mais poderosa que o que Elvis e Sinatra comunicaram , também. Daí, toda essa “Maior Influência Artística”.
A música popular americana sempre desafiou estereótipos e quebrou barreiras. Ao longo do século, seja no Rock, Jazz, ou Hip-Hop, estilos misturados de artístas negros e brancos, implicitamente, e muitas vezes explicitamente, defendia a igualdade racial. Música popular sempre desafiou os papéis sexuais, também. Artistas Top 40 especialmente, de Little Richard e a proto-feminista Leslie Gore, de David Bowie, Madonna e Lady Gaga têm empurrado o progresso social, dobrando e quebrando regras de gênero.
Jackson foi claramente uma figura trágica, e seu trauma de infância bem documentado não ajudou. Mas o seu erro fatal, e ao mesmo tempo fonte de seu poder imenso, foi uma verdadeiramente revolucionária visão Romântica. Não muito romântico na forma opulenta como as empresas de cartões de felicidade e floriculturas usam a palavra, mas no seu sentido mais antigo, byroniano, de alguém que dedica toda a sua vida a perseguir um ideal criativo, desafiando a ordem social e a lei, mesmo natural. O ideal romântico de Michael Jackson, aprendido quando criança aos pés do fundador da Motown, Berry Gordy, foi uma visão inspirada na Era de Aquário inspirada, usando música pop para construir harmonia racial, sexual, geracional e religiosa. A torção dele, porém, sem precedentes.
Ele não apenas fez a arte promoventos caracteres pop igualitários, mas, literalmente, tentou encarná-lo. Quando essa visão tornou-se uma obsessão, um padrão showbiz de vício em cirurgia plástica tornou-se algo infinitamente mais ambicioso e infinitamente mais obscuro. Jackson conscientemente tentou se transformar em uma mistura indeterminada de tipos humanos, numa espécie de eterno multi-pessoa, misturando preto e branco, masculino e feminino adulto e criança. Ele foi, entretanto, não um multi-pessoa. Ele era apenas uma pessoa normal, ainda que extremamente talentoso, e o tempo faz pó de cada pessoa, não importa quão bem eles cantam. Décadas de atirar-se contra esta parede irrefutável, realmente o devastram, corpo, então a alma, e eventualmente o destruiu.
Em seu auge criativo, porém, quase parecia possível. Michael poderia ser absolutamente qualquer coisa que ele queria; Diana Ross, um dia, Peter Pan no próximo. Cada nota alta de tirar o fôlego, cada passo de dança impossível, cada traje louco, projetava a mesma mensagem. Não há mais barreiras de raça, classe social, sexo ou idade, ele disse à sua audiência. Você também pode ser e fazer o que quiser. Estamos limitados apenas pela nossa capacidade de sonhar. Um artista que pode fazer você acreditar que, sentir isso, ainda que só por um momento, vem uma vez na vida. Talvez. Se você tiver sorte.
Como os anos passam e a história sanitiza a memória dele, a lenda de Michael Jackson só vai crescer. Um dia, além de ser o artista mais influente do século 20, ele pode muito bem derrubar Elvis, tornando-se, também, o mais bem personificado. Jackson, afinal, só morreu um ano atrás. Elvis se foi desde 1977. Mais duas ou três décadas e Michael poderia ter mais sósias desde Bankok ao Brasil. Vamos apenas esperar que eles não levem isso longe de mais.