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segunda-feira, 13 de maio de 2013

Michael Jackson Continua Sendo Fenômeno Mundial


Michael Jackson Continua Sendo Fenômeno Mundial

 

 

 

Traduzido por Daniela Ferreira

 

 

Michael Jackson deixou de ser o garoto mais talentoso de Gary, Indiana, para ser um dos seres humanos mais reconhecíveis no planeta. E enquanto as vendas de álbuns dele em todo o mundo foram surpreendentes, esse não foi o único motivo de fama dele. A ascensão dele foi muito além da caixa registradora, ele inspirou movimentos de dança, ditou tendências de moda e chamou a atenção para causas sociais ao redor do globo.


BRASIL:


Menos de um dia após a morte de Michael Jackson, o prefeito do Rio de Janeiro, Brasil, anunciou que a cidade vai erigir uma estátua do cantor no Dona Marta, uma favela que já foi famosa por tráfico de drogas e agora é um modelo para o desenvolvimento social. A mudança foi motivada, em parte, com a visita de Jackson, em 1996, para filmar o vídeo de “They Don’t Care About Us”.

Jackson gravou dois vídeos para “They Don’t Care About Us”, o quarto single de “HIStory: Past, Present and Future, Book I”: um em uma prisão eooutra no Dona Marta e Salvador, Bahia, uma cidade colonial brasileira conhecida pela cultura e a música afro-brasileira.

Quando Jackson veio ao Brasil para filmar o vídeo, dirigido por Spike Lee, o governo local do Rio de Janeiro ficou preocupado que o cantor iria mostrar ao mundo uma imagem desfavorável da pobreza. Na época, os brasileiros, como as pessoas em todo o mundo, via Jackson como um ídolo. Ele tinha ido ao país duas vezes, uma vez com o Jackson 5, nos anos 70 e novamente em 1993, quando fez dois shows em São Paulo, para 100 mil pessoas a cada noite.

Na época, a promotora de shows Dodi Sirena lembra um artista “sensível”, que pediu que um parque de diversões fosse reservado para uso dele, em seguida, convidou as crianças das escolas públicas mais pobres. “Ele demonstrou grande preocupação com tudo no país, com a pobreza, com crianças de rua”, diz Sirena.
 

Nesse contexto, a escolha de local de Jackson para o vídeo fazia sentido. “O vídeo é sobre as pessoas, ninguém se preocupa”, diz Claudia Silva, relações públicas do escritório de turismo do Rio de Janeiro.

Quando Jackson gravou o clipe no Rio, Silva era um jornalista do jornal O Globo, mas Lee e a equipe dele haviam proibido jornalistas na sessão, porque os traficantes de drogas do Dona Marta não queriam a atenção. Mas Silva encontrou uma família que a deixou passar a noite na casa deles e viu os moradores das favelas lavar as ruas para se preparar para a chegada de Jackson. “As pessoas estavam tão orgulhosas”, diz Silva. “Essa foi a melhor coisa para mim. As pessoas se levantaram cedo para limpar a área, eles se prepararam para ele, tiraram o lixo”.

Jackson chegou de helicóptero, mas andava pelas ruas de Dona Marta, acenando, e distribuindo doces. “As pessoas ficaram muito surpresas, no final, porque eles estavam esperando um cara extraterrestre”, diz Silva. “E ele era – soa estranho dizer isso – um cara normal.”
 

Jackson gravou cenas em Salvador, ao lado de uma multidão de pessoas, acompanhadas do Olodum, o grupo cultural afro-brasileira. No vídeo, ele pode ser visto dançando ao ritmo de centenas de percussionistas do Olodum e com aplausos dos fãs que chegam a tocá-lo, e, em um ponto, furam a segurança e o derrubam no chão.

“Esse processo de melhorar o Dona Marta começo com Michael Jackson”, diz Silva. “Agora é uma favela segura. Não há traficantes mais, e há um projeto social maciço. Mas toda a atenção começou com Michael Jackson.”
- Leila Cobo



ÁFRICA DO SUL:

"Crescendo como um garoto jovem negro em um município, você nem sonhava em ser um lutador pela liberdade ou ser Michael Jackson. Era tão simples como assim."


Assim, recorda o líder Sul-Africano e artista de R & B Loyiso Bala, cujos cinco Music Awards Sul-Africano é um testamento ao fato de que ele escolheu acompanhar o rei do pop.

O homem de 29 anos liga o impacto de Jackson na família dele, que inclui os irmãos dele, que são músico de alto perfil, Zwai e Phelo – ao do ex-presidente Nelson Mandela.

"A família toda iria deixar cair tudo que eles estivessem fazendo ou vendo, hipnotizados quando Michael ou [Mandela] vinham", diz ele sobre a vida naa casa dele, no município Kwa-Nobuhle, localizado fora da Eastern Cape cidade de Uitenhage.

Lupi Ngcayisa, um DJ na Metro FM, a maior emissora nacional urbana comercial da África do Sul, diz que as "letras ricas de Jackson mudou a configuração da rádio negra".

"Ele obrigou as famílias negras a debater questões que cercam o individualismo e a raça, então, p impacto cultural dele aqui se extendeu além de simplesmente música", diz ele.

Esse impacto foi mais visível em 1997, quando a turnê HIStory veio ao país para uma corrida de cinco datas, que terminou 15 de outubro no Parque Estádio do Rei, em Durban, último concerto em grande escala do artista, em apoio a um álbum de estúdio. Os shows ainda são os maiores que o país já viu, atraindo 230 mil pessoas, de acordo com Attie Van Wyk, presidente da promotora do evento, Cape Town-based Big Concerts.

Igualmente notável para um país de apenas três anos de vida democrática pós-apartheid foi a mistura de público. "Preto e branco, jovem e velho, Michael atraiu um grande público missigenado que nós ainda não vemos muitas vezes em shows", diz o publicitário da turnê, Penny Stein.

Duncan Gibbon, diretor de marketing estratégico da empresa Sony Music Entertainment na África do Sul, que trabalhou o catálogo de Michael Jackson, tanto antes quanto na era do apartheid, diz que Jackson vendeu mais de 2 milhões de álbuns na África do Sul. Mais importante, ele diz que a música de Michael Jackson foi um ponto unificador para uma sociedade profundamente dividida.

"As Rádios Sul-Africanas eram muito racialmente segmentadas nos anos antes de 1994", diz ele. "Mas Michael provou ser um artista cuja música foi tocada nas estações de pop brancos e estações de negros R & B. Isso não parecer muito agora, mas era uma coisa muito potente quando você pensa como o apartheid tentou manter tudo sobre preto e branco socialmente separado." – Diane Coetzer
 


CHINA:


Após 30 anos de difamar tudo que é americano, Pequim reestabeleceu relações diplomáticas com Washington, DC, 01 de janeiro de 1979, o mesmo ano Jackson lançou "Off the Wall". Na época, a maioria da China ainda estava vestida com azul monótono de ternos Mao, a rádio estatal era quase desprovida de música pop ocidental, e gravadoras tinham pouca distribuição. Mas a música de Jackson logo criou raízes – com uma vingança.

Com sede em Pequim, omúsico Kaiser Kuo diz que a única vez que ele se sentiu ameaçado fisicamente durante a volátil primavera de 1989 foi por causa da popularidade de Jackson.

Em 3 de junho de 1989 – assim como estudantes pró-democracia chegarriam ao que provaria ser um fata impasse com o governo, na Praça da Paz Celestial –, o rock pesado da banda Dinastia Tang de Kuo foi fazer um show na província de Jilin, sem saber que tinha sido anunciado como “banda de apoio de Michael de Jackson”.  Percebendo que tinha sido enganado, o público "enlouqueceu e incendiou a bilheteria", diz Kuo. "Jackson era tão popular".

Para muitos na China, refletir sobre Jackson significa trazer memórias da época de esperanças frustradas. Blogger Hong Huang viveu boa parte da infância nos anos 70 e 80 nos Estados Unidos, onde o pai era um diplomata chinês. "Naquela época, eu pensei que ninguém na China poderia estar ouvindo Michael Jackson", diz ela. No entanto, Hong hospedou três noites do programa de talk show dela na TV, "Straight Talk" sobre a morte de Jackson, enquanto a Internet chinesa se iluminou com a discussão sobre a vida e música dele. O topo de compartilhamento de vídeos Youku.com Web site tem dezenas de mensagens de jovens chineses Moonwalking para as canções em sapatos pretos, meias brancas, e calças “pesca siri”.

As vendas de Jackson na Ásia têm sido fortes, apesar da pirataria, de acordo com Adam Tsuei, presidente da Sony Music Entertainment Greater China. Sony diz que desde 1994 já vendeu cerca de 1,2 milhões de álbuns de Jackson em Hong Kong e Taiwan. Jackson nunca visitou a China continental, mas a Sony diz que já vendeu cerca de 300 mil álbuns lá desde 2002, embora a censura tenha impedido a liberação de todo o catálogo dele.

Houve relatos não confirmados de que a AEG Live planejava trazer Jackson para a China depois das datas esgotadas Londres. Em vez disso, Shanghai Warehouse Manager Jin Hailiang diz que os 150 membros regulares do fã clube local de Jackson, que ele ajuda a gerenciar, vai acolher uma festa em 29 de agosto, o aniversário de Jackson.
 

"A música dele é tão importante porque é sobre o amor", diz ele, "e isso nos faz sentir livres para dançar".  – Jonathan Landreth

 


 

Continua...

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